BRASILIA, 17 de fev de 2005 às 19:34
O cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, arcebispo de Salvador e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reagiu ao comentar a afirmação do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo jubilado de São Paulo, de que João Paulo II deveria renunciar.
O Arcebispo que já teve sua renúncia aceita pelo Vaticano, declarou em entrevista ao jornal 'O Estado de S. Paulo', publicada no domingo, que "seria hora de o papa renunciar para que a Igreja possa acompanhar o movimento da História" e apontou para o risco de, com a doença, João Paulo II não poder tomar decisões. "Quando o papa se ausenta, a Cúria Romana decide", observou.
Para o presidente da CNBB, a Cúria Romana não tem capacidade de legislar em matéria de fé, mas pode cuidar da rotina. "Não é todo dia que o papa faz definições dogmáticas e, portanto, a doença não é impedimento para que a vida da Igreja continue", disse Dom Agnelo.
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"Cabe ao papa decidir, diante de Deus, se deve ou não renunciar - e ele vai dar conta um dia sobre se fez bem ou mal", afirmou o cardeal.
O bispo de Nova Friburgo (RJ), d. Rafael Cifuentes, compartilha a opinião do presidente da CNBB e declara que João Paulo II "por sua retidão de consciência e lucidez mental saberá o que decidir". No caso de o papa perder os sentidos, acrescentou, o Direito Canônico estabelece normas precisas sobre o governo da Igreja. "Sei, por experiência pessoal, que João Paulo II continua lúcido", acrescentou.