Vaticano, 13 de abr de 2011 às 11:09
Em sua catequese na Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Bento XVI assinalou que "todos estamos chamados à santidade: esta é a medida mesma da vida cristã".
Ante milhares de fiéis presentes na Praça de São Pedro, o Papa ofereceu algumas reflexões sobre a santidade ao assinalar que concluiu um ciclo de catequeses dedicadas durante dois anos aos santos e santas "que por sua fé, sua caridade, e suas vidas foram e seguem sendo faróis para muitas gerações".
"Por vezes somos levados ainda a pensar que a santidade seja uma meta reservada a poucos eleitos", entretanto, "a santidade, a plenitude da vida cristã não consiste no cumprir coisas extraordinárias, mas no unir-se a Cristo, no viver os seus mistérios, no fazer nossas as suas atitudes, os seus pensamentos, os seus comportamentos".
"O Concílio Vaticano II, na Constituição sobre a Igreja, fala com clareza sobre o chamado universal à santidade, afirmando que ninguém está excluído", precisou.
Bento XVI disse logo que uma vida Santa "não é fruto principalmente do nosso esforço, das nossas ações, porque é Deus, o três vezes Santo que nos faz santos, é a ação do Espírito Santo que nos anima a partir de dentro, é a mesma vida de Cristo Ressuscitado que nos é comunicada e que nos transforma".
"A santidade tem, portanto, a sua raiz ultima na graça batismal, no ser nutrido no Mistério pascal de Cristo, com o qual nos vem comunicado o seu Espírito, a sua vida de Ressuscitado".
O Santo Padre recordou além disto que "Deus respeita sempre a nossa liberdade e pede que aceitemos este dom e vivamos as exigências que isto comporta, pede que nos deixemos transformar pela ação do Espírito Santo, conformando a nossa vontade a vontade de Deus".
" Como pode acontecer que o nosso modo de pensar e as nossas ações tornem-se o pensar e o agir com Cristo e de Cristo? De novo o Concílio Vaticano II precisa; diz-nos que a santidade cristã não é nada mais que a caridade plenamente vivida, o dom primeiro e mais necessário".
Para que esta caridade, continuou o Papa, seja "como uma boa semente, cresça na alma e frutifique cada fiel deve escutar com prazer a palavra de Deus e, com a ajuda da sua graça, cumprir com as obras da sua vontade, participar freqüentemente dos sacramentos, sobretudo da Eucaristia e da santa liturgia; aplicar-se constantemente a oração, na abnegação de si mesmo, no serviço ativo aos irmãos e a serviço de todas as virtudes".
"O verdadeiro discípulo de Cristo se caracteriza pela caridade dirigida a Deus e ao próximo. Esta é a verdadeira simplicidade, grandeza e profundidade da vida cristã, do ser santos", afirmou.
"A Igreja, durante o ano litúrgico, nos convida a fazer memória de uma legião de santos, daqueles que viveram plenamente a caridade, souberam amar e seguir Cristo na vida cotidiana. Eles nos dizem que é possível para todos percorrer esta estrada. Em todas as épocas da história da Igreja, em cada latitude da geografia do mundo, os santos pertencem a todos as idades e a todos os estados de vida, são rostos concretos de todos os povos, línguas e nações. E são tipos muito diversos.".
O Papa Bento XVI exortou os presentes a "a abrir-se a ação do Espírito Santo, que transforma a nossa vida, para ser também nós como fragmentos do grande mosaico de santidade que Deus vai criando na história, a fim que a face de Cristo esplenda na plenitude do seu fulgor".
Finalmente disse: "não tenhamos medo de nos projetarmos em direção ao alto, em direção as alturas de Deus, não tenhamos medo que Deus nos peça muito, mas nos deixemos guiar em todas as nossas ações cotidianas pela Sua palavra, também se nos sentimos pobres, inadequados pecadores, será Ele a transformar-nos segundo o seu Amor".