SANTIAGO, 26 de abr de 2011 às 14:22
O novo Arcebispo de Concepción (Chile), Dom Fernando Chomalí, afirmou este domingo que na Igreja "há uma decisão firme de tomar o touro pelos chifres" para que os casos de abusos sexuais "nunca mais voltem a ocorrer", e indicou que toda pessoa que comete estes delitos deve responder perante a justiça.
"Acreditamos muito que cada sacerdote, cada bispo, cada um de nós somos cidadãos e temos que responder ante a justiça civil, e se uma pessoa tem que ir ao cárcere pelos abusos que cometeu tem que cumprir com esse dever", afirmou o bispo em declarações ao canal TVN.
Dom Chomalí condenou os casos de abusos sexuais cometidos pelo sacerdote Fernando Karadima "porque em primeiro lugar é um escândalo e em segundo lugar é a negação mesma do que significa o sacerdócio". Disse que "nós não estamos por cima da justiça somos cidadãos e temos que dar exemplo".
O Prelado expressou que o caso do conhecido sacerdote Fernando Karadima, recentemente considerado culpado das alegações de abuso sexual levantadas contra ele, foi "uma experiência chocante que obrigou a repensar muitas coisas".
"A autoridade que alguém possui é grande, mas vem do Senhor e é para servir, para dar a vida por outros e nesse sentido sempre é preciso que estar muito atento a estas pessoas especificamente carismáticas que definitivamente tinha uma dupla vida, muito complexa que causou muito dano".
Dom Chomalí disse que é evidente que a Igreja perdeu credibilidade por estes fatos, mas recordou que há uma enorme quantidade de sacerdotes, religiosas e bispos fiéis a Cristo em todo mundo.
"Evidentemente que podem haver estas pessoas, eu defendo a Igreja como uma árvore cansada, estamos doídos, mas (a Igreja) tem uma raiz que é muito formosa que é Jesus Cristo e as pessoas que nos apóiam", afirmou.
Caso Karadima
Logo depois de uma investigação realizada pela Congregação para a Doutrina da Fé no Vaticano, este dicastério declarou culpado de abusos sexuais contra menores o conhecido sacerdote chileno Fernando Karadima, a quem pediu que se retire a uma vida de penitência e oração.
Em 18 de fevereiro de 2011, o Arcebispado de Santiago divulgou os resultados da investigação que culminou no dia 16 de janeiro de 2011 com um decreto no qual se proíbe à perpetuidade o exercício do ministério sacerdotal ao Pe. Karadima, quem assinalou que respeita integralmente o estabelecido pela Congregação para a Doutrina da Fé.