SÃO PAULO, 18 de fev de 2005 às 17:34
Em resposta à investida do Governo em ampliar a distribuição de anticoncepcionais em todo o Brasil, incluindo o acesso à chamada pílula do dia seguinte a Diocese de Taubaté lançou ontem um manifesto contra a distribuição gratuita deste anticoncepcional que, se ingerido em até 72 horas após uma relação sexual, pode ter efeito abortivo.
Em documento assinado pelo bispo emérito Dom Antônio Affonso de Miranda, a Igreja Católica condena com veemência a medida e indica a possibilidade de excomunhão às mulheres que tomarem o contraceptivo.
A enérgica resposta por parte da Igreja deu-se após a notícia da distribuição gratuita das pílulas no Vale do Paraíba. Nas próximas semanas, postos de saúde de São José, Taubaté e Jacareí deverão receber o medicamento. A ampliação da distribuição do contraceptivo faz parte da nova Política de Direitos Sexuais e Reprodutivos do Ministério da Saúde, lançada em janeiro.
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Segundo o governo federal, o medicamento deverá ser fornecido à população da mesma forma que os preservativos e as pílulas anticoncepcionais. Tal iniciativa, classificada de "um atentado à vida" , vem sendo contestada pela Igreja através do manifesto redigido por Dom Antônio: "Grave crime, por si mesmo, é matar qualquer criança. Muito maior crime é matar, covardemente, dentro do seio materno, por egoísmo, o feto indefeso".
Segundo o Ministério da Saúde, deverão ser encaminhadas 1.080 cartelas da pílula para São José, 930 para Taubaté e outras 735 para Jacareí.