WASHINGTON DC, 13 de mai de 2011 às 09:55
O presidente interino da organização Vida Humana Internacional (HLI por sua sigla em inglês), Dom Ignacio Barreiro Carámbula, expressou o protesto dos grupos pró-vida pela decisão do Arcebispado de Barcelona (Espanha), de exonerar o Pe. Manel Pousa "de suas evidentes responsabilidades canônicas" ao ter afirmado que pagou por abortos.
Conforme informa a agência de notícias Notifam, Dom Barreiro enviou uma carta a vários membros da Cúria Romana assinalando as preocupações de "muitos defensores pró-vida em nível mundial" pela decisão do Arcebispo de Barcelona, Cardeal Lluíz Martínez Sistach, com respeito ao Pe. Pousa.
Em 28 de fevereiro, o sacerdote publicou o livro "Padre Manel. Mais perto da terra que do céu", no qual afirma que pagou por abortos ao menos a duas jovens e que também abençoou uniões homossexuais de presos. Além disso disse que está a favor do celibato "voluntário" e do sacerdócio feminino.
Sobre o aborto, o Pe. Manel disse que deu o dinheiro para que as jovens, que estavam decididas a abortar, pudessem fazê-lo em um centro de saúde.
Logo depois de uma investigação interna, em 18 de abril o Arcebispado de Barcelona informou que o sacerdote não estava excomungado "por não ter concorrido na intenção do delito (do aborto) e por não ter tido cumplicidade principal nos abortos já totalmente decididos e realizados por duas garotas em situação econômica muito precária", e portanto não se aplicava o cânon 1398 do Código de Direito Canônico.
Entretanto, o canon 1398 estabelece claramente que "quem procura o aborto, se este for produzido, incorre em excomunhão latae sententiae", quer dizer excomunhão de maneira automática.
Dom Barreiro afirmou que o Arcebispo de Barcelona ocasionou "um grave escândalo a inúmeras pessoas em nível mundial". "Como pode uma pessoa ser considerada inocente de um crime se oferece o apoio econômico que se necessita para cometer este crime?", perguntou.
O presidente interino da HLI disse que "é absurdo alegar que (o Pe. Manel) somente deu apoio econômico às mulheres, quem já tinha decidido que se submeteriam a um aborto, para que o mesmo se realizasse em circunstâncias mais salubres".
"Um aborto pode ser praticado em condições salubres, bem sejam melhores ou piores, mas sempre é letal para os bebês. Assim que o Padre Pousa também é responsável pelas mortes destes dois bebês, dado que ele pagou pelos dois assassinatos", acrescentou.
Não é a primeira vez que este sacerdote faz declarações polêmicas. Em 21 de fevereiro de 2008 o P. Pousa disse em um Jornal da Catalunha que "é certo que há uns princípios éticos, mas há razões que, por exemplo, levam a determinadas mulheres a abortar. Eu paguei por abortos".