Vaticano, 25 de mai de 2011 às 13:56
Na Audiência Geral desta quarta-feira, Bento XVI recebeu os milhares de fiéis e peregrinos que se reuniram na Praça São Pedro, e continuando seu ciclo de catequeses sobre a oração cristã. O Papa meditou sobre a experiência de Deus feita por Jacó, relatada no Livro do Gênesis, ressaltando que “a oração exige confiança e intimidade, quase um corpo-a-corpo simbólico, não com um Deus adversário, mas com o Senhor que abençoa”.
Segundo o contexto oferecido pela nota da Rádio Vaticano desta quarta-feira, a Bíblia descreve Jacó como um homem astuto que consegue as coisas com o engano. Sozinho na noite, Jacó foi atacado inesperadamente por uma pessoa misteriosa, se defende valentemente e a pessoa misteriosa pergunta o seu nome.
"Essa história nos apresenta uma luta que não tem um vencedor claro, deixando o adversário no seu mistério. A criatura misteriosa dá um novo nome a Jacó. Ele passa a se chamar Israel, que significa Deus é forte, Deus triunfa. Essa nova identidade mostra a vitória de Deus que abençoa Jacó gratuitamente" – frisou Bento XVI.
A existência humana é como uma “longa noite de combate e oração, habitada pelo desejo de bênção divina” que, recebida “com humildade” através da “misericórdia” de Deus, dá uma nova identidade à pessoa, afirmou Bento XVI na audiência geral desta manhã realizada no Vaticano.
"Deus se revela mostrando que é Deus, que vence Jacó fazendo-o tomar consciência de sua realidade, de seu ser mais íntimo, expressado em seu nome, mas, na derrota, Jacó também vence, pois consegue de Deus a sua bênção. Ele não a obtém com o engano, mas nessa batalha espiritual" – disse ainda Bento XVI.
A “noite” do patriarca torna-se para os crentes “um ponto de referência para compreender a relação com Deus que na oração encontra a sua máxima expressão”, frisou Bento XVI.
Expressando também que a experiência espiritual pode ser “difícil”, o Papa afirmou que esta também “transforma e é uma inesgotável fonte de graça”,e deu como exemplo a mudança operada em Jacob, “cujo nome derivava do verbo hebraico que significa ‘enganar’”, e que veio a chamar-se “Israel, que significa ‘Deus é forte, Deus vence’”.
O Papa sublinhou que "a bênção leva a uma mudança de nome, a uma mudança de realidade que não é aquela que engana, mas aquela que manifesta que Deus é vencedor".
"Essa luta é modelo de busca perseverante da face de Deus e da vitória que se encontra na conversão e no perdão. A oração requer confiança e intimidade, é uma luta que nós vencemos quando reconhecemos nossa fragilidade e nos abandonamos à misericórdia de Deus", foram as palavras conclusivas do Papa.
Saudando os peregrinos de língua portuguesa o Papa dirigiu as seguintes palavras, publicadas pela RV:
Queridos peregrinos vindos de Portugal e do Brasil, nomeadamente da paróquia de Itú, agradeço a vossa presença e quanto a mesma significa de confissão de fé e amor a Deus. Procurai sempre na oração o auxílio do Senhor para combater a boa batalha da fé. De coração, a todos abençôo. Ide com Deus!