BRASILIA, 2 de jun de 2011 às 13:31
Milhares de pessoas de todo o país, católicos e cristãos em sua maioria, se reuniram em Brasília, nesta quarta-feira, 1º, para participar da Marcha pela Família, realizada em frente ao Congresso Nacional. A mobilização quis protestar contra o Projeto de Lei (PL) 122/06 que criminaliza a homofobia no país e pretende penalizar opiniões e atitudes contrarias à homossexualidade, ferindo a liberdade de consciência e expressão garantidos pela Constituição brasileira.
Segundo números oficiais da Policia, houve mais de 20 mil pessoas. Os organizadores apresentaram um manifesto e entregaram ao Senado, ao final do ato, em torno de 700 mil assinaturas de um abaixo assinado contra o projeto de lei, afirmam os editores do site Votocatólico.com.br.
Segundo esclarece o vigário episcopal da Arquidiocese de Brasília, padre Paulo Sérgio Casteliano em declarações ao Portal Canção Nova Notícias, "esse projeto pode transformar em criminosa qualquer pessoa ou instituição que tenha posição contrária ao incentivo e prática homossexual",.
O sacerdote alerta que, se a lei for aprovada, a pessoa não terá o "direito de pensar diferente" e pode ser preso injustamente, com uma falsa acusação de homofobia.
Em suas declarações à Canção Nova o Pe. Sergio oferece um exemplo das implicâncias do Projeto de Lei.
"Se você contratar um funcionário que tenha essa opção sexual e, depois de um tempo de serviço, ele se demonstrar desleixado ou irresponsável e for mandado embora por justa causa, basta ele dizer que está sendo perseguido por causa da opção sexual e essa lei irá criminalizar imediatamente o empregador, que pode ir para a cadeia sem direito à fiança".
Votocatólico destaca que o PLC 122, de autoria da ex-deputada federal Iara Bernardi, do Partido dos Trabalhadores (PT) de São Paulo fere a liberdade de consciência e de expressão. Este direito está protegido pela Constituição brasileira.
O evento, que reuniu católicos e cristãos de todo o Brasil, também contou com a presença de alguns parlamentares que discursaram contra o PLC 122.
Entre eles os deputados federais que se manifestaram contra o projeto estavam Eros Biondini, do Partido Trabalhista Brasileiro de Minas Gerais; João Campos, do Partido da Social Democracia Brasileira; Ronaldo Fonseca, do Partido da República do Distrito Federal; Jair Bolsonaro, do Partido Progressista de Rio de Janeiro; Anthony Garotinho, do Partido da República do Rio de Janeiro; e os senadores Marcelo Crivella, do Partido da República do Rio de Janeiro; Walter Pinheiro, do Partido dos Trabalhadores de Bahia; e Magno Malta, do Partido da República de Espírito Santo, entre outros.
Os organizadores afirmaram que a manifestação não pretendia confrontar cristãos com homossexuais, nem fazer juízos ao respeito destes, mas sinalizar a oposição a uma iniciativa de lei que fere as liberdades civis de consciência e de expressão. Consideraram preconceituoso estigmatizar de "homofóbicos" aqueles que, sem induzir à violência, se opõem ao autoritarismo da ideologia gay.
Os organizadores destacaram também o fato de terem conseguido que católicos e cristãos de diversas denominações, tenham podido agir juntos "perante os agressores da família e da liberdade".
Em oposição ao evento, um grupo minoritário de ativistas do movimento gay fez uma espécie de contra-marcha, reunindo-se em frente à Catedral de Brasília às 15:00 horas, no mesmo horário em que a Marcha contra o PLC 122 foi convocada.
Os ativistas hostilizaram os manifestantes chamando-os, aos gritos, de "nazistas" e "fascistas". Segundo o que foi divulgado na internet, na Universidade Nacional de Brasília houve tentativas de queimar alguns exemplares da Bíblia. O evento foi praticamente ignorado pela imprensa.
Votocatólico também denuncia que no Twitter, houve uma inexplicável censura ao trend (marcador) #ContraPL122, com o qual milhares de pessoas etiquetaram seus tweets, fazendo com que ficasse posicionado como um tema destacado; porém sem notificação alguma, deixou de ser quantificado. Mesmo com o site Trending Topics Brasil mostrando o trend no topo, o Twitter deixou de mostrá-lo.