Roma, 3 de jun de 2011 às 11:09
O Arcebispo de Malta, Dom Paul Cremona, explicou que não se deve esquecer a grande porcentagem de votantes Maltases que se opôs no referendum celebrado no último 29 de maio à reforma que introduz o divórcio no país.
O referendum de 29 de maio terminou com 54 por cento de votos a favor de introduzir o divórcio. 46 por cento da população se opôs à medida.
Dom Cremona, em uma entrevista concedida à Rádio Vaticano em 30 de maio, indicou que "obviamente, –este resultado– foi uma desilusão para a Igreja".
A incidência de separações matrimoniais em Malta é muito baixa. Segundo as estatísticas oficiais, somente 7 por cento dos matrimônios vive em estado de separação.
Os bispos Malteses recordaram a necessidade de um processo de reconciliação entre os partidários e os opositores pelo bem do núcleo familiar. "Nós, como membros da Igreja, pedimos perdão se por acaso alguns se sentiram ofendidos", e "de parte da Igreja perdoamos a todos os que nos fizeram sofrer", indicaram.
Dom Cremona explicou que nestes dias de debate, "todo mundo afirmou querer um matrimônio e uma família mais sólidos", e por isso se deve "fazer uma reflexão profunda sobre o estado do matrimônio no contexto daqueles que pedem um casamento como sacramento".
"A família deve ser um motor de evangelização para os filhos. Acredito que este é o desafio que a Igreja deve confrontar hoje para seus membros", acrescentou.
O Prelado explicou que todas as pastorais precisam tomar impulso por que "vivemos em uma cultura muito secularizada e isto supõe também uma provocação para a Igreja", concluiu.
O primeiro-ministro de Malta, Lawrence Gonzi, contra a reforma, indicou que o parlamento respeitará a decisão do povo e seguir a reforma em sua evolução.