MADRI, 7 de jun de 2011 às 10:12
No domingo 5 de junho o Bispo Juan de Palafox e Mendoza (1600-1659), foi elevado aos altares em uma solene cerimônia na Catedral da Assunção de Burgo de Osma em Soria (Espanha) presidida pelo Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato.
Palafox foi "Bispo e pastor de almas, místico, escritor e mecenas, ministro e conselheiro real, grande formador, mas sobre tudo foi um santo, cujo zelo pastoral consistia essencialmente em extirpar o mal e plantar o que é santo e bom", indicou durante a celebração a autoridade vaticana.
Cerca de 3.500 pessoas estiveram presentes no ato, no qual participou o Bispo de Osma-Soria, Dom Gerardo Melgar Viciosa; o Arcebispo do México (México), Cardeal Norberto Rivera Carrera e o Arcebispo de Puebla (México), Dom Víctor Sánchez Espinosa; cinco cardeais, e 40 bispos e arcebispos e 160 sacerdotes.
Além disso, estiveram presentes os presidentes da região de Castilla e León, Juan Vicente Herrera, e de Navarra, Miguel Sanz Sesma; o prefeito de Puebla de Los Angeles no México, Eduardo Rivera, e numerosas personalidades do mundo político, cultural e social.
Comissão para a Beatificação de Palafox
Em junho de 2010, o Papa Bento XVI nomeou uma comissão de 15 pessoas –sacerdotes, leigos, peritos e amantes da figura de Palafox– guiadas pelo Vigário Geral da Diocese, Gabriel-Angel Rodríguez Millán, para divulgar a figura de Palafox e sua mensagem aos fiéis.
O Pe. Rubén Tejedor, sacerdote de Osma-Soria e membro da "Comissão Palafox", explicou em declarações à ACI Prensa, que o evento o deixa repleto de grande alegria, "a beatificação de Palafox é uma graça enorme… tão esperada! Demonstra a perene beleza da santidade e o triunfo infalível da verdade".
O Processo de Beatificação de Palafox foi aberto no ano 1666, tão somente sete anos depois de sua morte. "Contemplar a Palafox reconhecido e proposto pela Igreja como alguém digno de ser chamado ‘feliz’, pois goza da Felicidade permanente, é um tesouro inesgotável que esperemos encha de bênçãos a Igreja que caminha em Osma-Soria", acrescentou o Prelado.
Espanha e América Latina contam com um novo beato
Juan de Palafox e Mendoza nasceu no seio de uma família nobre e poderosa, e governou por mandato de seu pai o marquesado de Ariza. Falecendo seu pai em 1625, assumiu a guarda de seus três meio-irmãos.
Palafox foi às cortes de Aragón convocadas pelo Rei Felipe IV e o conde duque de Olivares o nomeou fiscal do Conselho de Guerra e, mais tarde, do Conselho de Índias. Durante esses anos, Palafox levou uma vida que ele mesmo descreveria mais tarde como marcada por "todo gênero de vícios, de entretenimentos e desenfreio das paixões".
Mas a grave enfermidade de sua irmã e a morte de pessoas próximas o levaram a uma conversão radical que desembocou na sua ordenação sacerdotal em 1629.
Em 1630 foi renomado Bispo de Puebla de los Angeles (México) e Vice-rei de Nova Espanha. Depois de um árduo trabalho apostólico no México, retornou à Espanha, onde faleceu no dia 1 de outubro de 1659.
"A cama em que morro dôo ao hospital, para que do que procedesse, se socorra os pobres; quero morrer na carnal pobreza com que estava acostumado a viver, ou se não, no chão, reconhecendo a humildade com que deve acabar criatura tão miserável e a imitação de meu Senhor Jesus Cristo, que morreu em uma cruz por mim", expressou Dom Palafox em seu testamento.