Roma, 8 de jun de 2011 às 10:51
O Governo da China decidiu adiar a ordenação episcopal de um sacerdote que não conta com a aprovação do Vaticano, programada inicialmente para na quinta-feira 9 de junho
John Pontifex da organização internacional católica Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) assinalou esta terça-feira 7 de junho ao grupo ACI que "acabam de chegar informes dizendo que a ordenação do Padre Shen Guoan como Bispo de Hankou foi adiada para uma ‘data não específica’".
"Se estes relatórios forem certos –e não temos dúvida de que o sejam– tudo será um grande alívio para o Vaticano", acrescentou.
A ordenação episcopal não autorizada pela Santa Sé do Pe. Guoan de 50 anos de idade, realizar-se-ia na Catedral de Hankou. As autoridades chinesas estavam planejando convertê-lo em Bispo apesar, também, dos protestos dos católicos locais. Alguns inclusive afirmam que o mesmo sacerdote se opõe à ordenação.
Pontifex disse à agência ACI Prensa que "já é tempo de que as autoridades chinesas reconheçam que o direito de designar Bispos está reservado ao Papa e isto não deve ser visto como uma interferência indevida nos assuntos internos da Igreja".
Depois de explicar que o fato de que muitas dioceses chinesas não contem com Bispos também faz que o governo se aproveite da situação, Pontifex conclui recordando que "três semanas atrás, o Papa renovou seu chamado ao clero chinês para que siga sendo fiel a Roma e não se deixe apanhar pela falsidade do oportunismo’".
A China permite o culto católico somente à Associação Patriótica Católica a China, subordinada ao Partido Comunista da China, e rechaça a autoridade do Vaticano para nomear bispos ou governá-los. A Igreja Católica fiel ao Papa não é completamente clandestina; embora seja assediada constantemente.
As relações diplomáticas entre a China e o Vaticano foram quebradas em 1951, dois anos depois da chegada ao poder dos comunistas que expulsaram os clérigos estrangeiros.
Em dezembro de 2010, a nomeação de um bispo legitimamente ordenado como Presidente da associação, durante uma assembléia à qual sacerdotes e bispos fiéis a Roma tiveram que ir à força, gerou um distanciamento entre o Vaticano e China.
Estima-se que os católicos na China são uns seis milhões, embora outros vários milhões pratiquem sua fé fora da Associação controlada pelo Estado.