KONIGSTEIN, 14 de jun de 2011 às 08:45
O Bispo caldeu (católico) de Aleppo (Síria), Dom Antoine Audo, explicou que os extremistas muçulmanos que se rebelaram contra o governo do presidente Bashar Al-Assad, não querem liberdade nem democracia, mas “a desestabilização e a islamização” do país.
Em declarações desde a Síria à organização internacional católica Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o Prelado assinalou que se Assad for derrocado, isso geraria instabilidade, o corte de serviços básicos como a água e a eletricidade e se incrementaria a pobreza.
Os extremistas muçulmanos, disse, “falam de liberdade e democracia para a Síria, mas essas não são suas metas. Eles querem dividir os países árabes, controlá-los e apoderar-se do petróleo, também querem vender armas. Procuram a desestabilização e a islamização”.
Dom Audo assinalou também que “a Síria tem que resistir, 80 por cento da população respalda o governo e os cristãos também”.
Em sua opinião, se derrocarem o presidente Assad, o país poderia converter-se em um novo Iraque logo depois da queda de Saddam Hussein, onde reina o caos.
“Não queremos ser como o Iraque. Não queremos insegurança nem islamização e ter assim a ameaça dos islâmicos no poder. Síria é um país secular. Há liberdade. Temos muitas coisas positivas no país”.
As declarações do Bispo foram dadas no contexto de uma série de críticas internacionais sobre a resposta militar do presidente Assad. O Prelado indicou que os extremistas mataram 100 policiais e portanto o Estado deve defender-se.
Do mesmo modo, Dom Audo assinalou que “em alguns meios como a BBC e Al Jazeera, existe uma maquinaria para deformar o rosto da Síria e dizer que o governo não respeita os direitos humanos e outras coisas. O governo respeita as pessoas que respeitam a lei e a ordem. A Síria tem muitos inimigos e o governo deve defender-se e deve defender o país”.
“Há uma guerra de desinformação contra a Síria. Os meios não estão sendo objetivos. Temos que defender a verdade como sírios e como caldeus (católicos)”, acrescentou.
Sobre a situação do milhão e meio de cristãos no país, disse que “não é muito diferente a de outras comunidades. Queremos paz e segurança. Não queremos guerra nem violência e esperamos que nas próximas semanas a situação melhore”.