Roma, 17 de jun de 2011 às 12:45
O diretor da comissão nacional "Justiça e Paz" da Conferência Episcopal do Paquistão, Pe. Yousaf Emmanuel, pediu que o assassinato do Ministro das Minorias, Shahbaz Bhatti, não fique impune porque seria um grave golpe à democracia e o estado de direito no país.
Este pedido foi difundido na quinta-feira pela agência Fides, logo de informar que a Polícia de Karachi (Paquistão) prendeu um suspeito do crime. O sacerdote disse que o Governo deve realizar “investigações sérias" para que a família de Bhatti e a comunidade cristã possam obter justiça.
Segundo a agência vaticana Fides, os relatórios preliminares indicam que Shahbaz Bhatti foi morto por um grupo armado ligado ao talibã "Tehrik-e-Taliban".
O ministro do Interior Rehman Malik tinha assegurado às minorias o compromisso na investigação para encontrar os culpados. As minorias religiosas no Paquistão pediram ao governo para estabelecer uma comissão independente de inquérito, dirigida por um dos juízes do Tribunal Supremo, mas o pedido caiu no vazio.
Enquanto seguem as investigações, a agência Fides denunciou que a situação do Ministério Federal para as minorias "permanece incerta, principalmente por causa dos jogos políticos relacionados com a nomeação de ministros federais".
"Paul Bhatti, irmão do ministro morto, foi nomeado "Conselheiro Especial" do Primeiro-Ministro para os Assuntos das Minorias, e o católico Akram Gill foi nomeado "Ministro de Estado" (uma espécie de vice-ministro), mas nenhum dos dois tem o título de "ministro federal", assinala nota da agência Fides.
Ao ministério foi dado um novo nome "Ministério para a Harmonia e as Minorias", mas na Lei financeira, apresentada pelo governo nas últimas semanas, não mencionava e não reconhecia um orçamento, de modo a ser esvaziado das suas funções.
Fontes da agência Fides referem que no mundo político paquistanês circulam ultimamente vozes de uma possível abolição do ministério. Por isso, uma delegação de parlamentares e líderes cristãos enviou um apelo ao primeiro-ministro Raza Gilani, pedindo que este seja mantido e lhe seja restituída a dignidade e a força, informou.