O Patriarca de Lisboa Cardeal José Policarpo, divulgou este 6 de junho uma nota de esclarecimento sobre a entrevista que concedeu em maio à revista da Ordem dos Advogados de Portugal (OA) na qual se referiu à ordenação sacerdotal de mulheres. No texto o Cardeal exorta "a acatar o Magistério" da Igreja que reserva o sacerdócio somente aos homens.

A nota do Cardeal aparece logo depois das declarações de uma fonte do Episcopado português que explicou à agência ACI Prensa, que efetivamente o Cardeal não está a favor das ordenações femininas porém "não foi preciso ao falar do sacerdócio em uma recente entrevista".

Falando apenas como referência, posto que o Cardeal Policarpo é a figura mais importante da Igreja em Portugal, uma fonte do Episcopado disse à ACI Prensa que as informações que assinalam o Patriarca de Lisboa como partidário da ordenação sacerdotal feminina "selecionaram deliberadamente passagens de uma entrevista que em si mesma foi pouco clara".

Segundo a fonte, o Cardeal, que em maio de 2011 foi eleito presidente da Conferencia Episcopal de Portugal aos 75 anos, "tentou explicar a doutrina católica sobre o sacerdócio a um meio secular, que não está familiarizado com o catolicismo. O resultado da entrevista foi pouco feliz, mas concluir que ele apoiou a ordenação feminina é um exagero e até mesmo uma distorção do ele que disse".

Na nota explicativa do Cardeal Policarpo publicada na página Web do Patriarcado de Lisboa com data de 6 de julho, o purpurado afirma que "as reacções a esta entrevista obrigaram-me a olhar para o tema com mais cuidado e verifiquei que, sobretudo por não ter tido na devida conta as últimas declarações do Magistério sobre o tema, dei azo a essas reacções". Diante destas repercussões Dom Policarpo viu-se na obrigação de explicar claramente sua posição "como bispo e pastor do Povo de Deus".

O Patriarca cita o Beato João Paulo II quem em sua Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis, declara que "a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja".

O Cardeal Policarpo assinala na nota explicativa que "o não conferir a mulheres o sacerdócio apostólico, através da ordenação sacerdotal, é uma tradição que radica no Novo Testamento, no próprio Jesus Cristo e na maneira como lançou as bases da Sua Igreja".

O bispo assinala em seguida que "a questão da ordenação de mulheres para o ministério do sacerdócio apostólico surge recentemente, sobretudo nos países ocidentais e explica-se por factores diversos" como os " movimentos de promoção da mulher" (referindo-se especificamente aos “movimentos feministas”) ou a "compreensão do sacerdócio ministerial como um direito e um poder", entre outros.

O Patriarca explica também que "a diferença de ministério não diminui a dignidade da missão" das mulheres e que a impossibilidade de que sejam ordenadas " não significa uma minimização da mulher, mas a busca daquela complementaridade entre masculino e feminino, plenamente realizada na relação de Cristo com Maria".

"Somos, assim, convidados a acatar o Magistério do Santo Padre, na humildade da nossa fé e continuarmos a aprofundar a relação do sacerdócio ministerial com a qualidade sacerdotal de todo o Povo de Deus e a descobrir a maneira feminina de construir a Igreja, no papel decisivo da missão das nossas irmãs mulheres".

Finalmente assinala que "neste ano em que celebro 50 anos da minha ordenação sacerdotal, grande manifestação da bondade de Deus para comigo, foi bom prestar este esclarecimento aos meus diocesanos. Seria para mim doloroso que as minhas palavras pudessem gerar confusão na nossa adesão à Igreja e à palavra do Santo Padre".

"Creio que vos tenho mostrado bem que a comunhão com o Santo Padre é uma atitude absoluta no exercício do meu ministério", concluiu.

Para ler a nota completa visite o site do Patriarcado de Lisboa em: http://www.patriarcado-lisboa.pt/site/index.php?id=904

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