Os bispos das principais dioceses do Sudão consideram que a criação pacífica do Sudão do Sul é um bom início, mas poderia desencadear um desastre se é que não são abordados com rapidez os principais problemas da região.

Em declarações à entidade Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), Dom Eduardo Hiiboro Kussala, Bispo de Tambura-Yambio elogiou a independência de Sudão do Sul e considerou que o 9 de julho é agora um "dia maravilhoso na história do nosso povo".

O Bispo assegurou que se vive em um ambiente de paz e júbilo, tanto na nova capital, Juba, como em sua diocese, onde 65 por cento da população é católica. E acrescentou que as pessoas estão "muito otimistas" e com "altas expectativas" para o futuro.

Entretanto, advertiu que os sudaneses devem superar sérias dificuldades como a seca que ameaça as colheitas, um problema agravado pelo regresso de milhares de pessoas dos campos de refugiados perto de Jartum, a capital do Sudão.

Em uma carta pastoral publicada no dia da independência, o Bispo fala destes "sentimentos encontrados" e recorda como o povo sudanês ainda tem grandes desafios por diante.

Por sua parte, em declarações à AIS, o Bispo Auxiliar de Jartum, Dom Daniel Adwok advertiu que se estende uma ameaça de conflito nas regiões em disputa perto da fronteira de Sudão do Sul com o Norte, incluindo o estado do Nilo Azul e Abyei, zonas ricas em petróleo. Informes oficiais reportam que 170 000 pessoas foram deslocadas por causa dos combates.

"Se o Governo do Sudão do Sul não enfrentar as questões expostas pelos grupos da milícia, isto poderia converter-se em um pesadelo sem estabilidade para o Sul", indicou.

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