O I Seminário de Comunicação para os Bispos do Brasil que teve início nesta terça-feira no Rio de Janeiro conta também com a participação do Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli, quem afirmou em uma entrevista publicada neste 14 de julho pela Rádio Vaticano que a Igreja deve usar uma linguagem compreensível ao homem de hoje, necessitado de silêncio para melhor ouvir a boa nova e compreender-se a si mesmo.

"Creio que seja uma etapa muito importante iniciada com os bispos brasileiros. A Igreja no Brasil se interroga, mediante os seus pastores, sobre o que significa hoje comunicar, que não é somente informar, mas é, substancialmente, um anúncio, um anúncio formulado num diálogo respeitoso com o homem de hoje e um anúncio consciente daquilo que o homem hoje está procurando, daquilo de que o homem hoje precisa”, afirmou o arcebispo à RV.

“Eis o motivo pelo qual a Igreja deve interrogar-se, não somente sobre os conteúdos de seu anúncio – e os conteúdos não podem deixar de ser uma pessoa, Jesus Cristo –, mas a Igreja deve também interrogar-se sobre como anunciar”, acrescentou.

Segundo o prelado italiano a linguagem da Igreja deve ser “compreensível ao homem de hoje, entender o homem em seus sofrimentos, em suas solidões: o homem de hoje precisa de calor, precisa de silêncio. O homem de hoje muitas vezes produz somente vozearia e frio”.

“Este é o grande problema: entender o que anunciar, mas conhecendo profundamente aquilo que o homem carrega em seu coração e ver como a Igreja pode responder a essa exigência profunda do homem de hoje", declarou.

Ao ser questionado sobre como a Igreja pode ajudar o homem, por vezes desorientado pelo ribombar dos meios de comunicação, Dom Claudio Maria Celli afirmou que "que a Igreja, mediante a mídia que tem à sua disposição, deve ajudar essa atitude de busca do homem”.

Segundo afirma Dom Celli, “como hoje a sociedade produz vozearia, produz barulho, por vezes é difícil para o homem de hoje compreender o sentido profundo da palavra que a Igreja tem em seu coração, em suas mãos, a ser oferecida”.

“Esse é um problema que se apresenta todos os dias: a educação ao silêncio para melhor ouvir, a educação ao silêncio para melhor compreender-se, porque o homem hoje tem dificuldade de encontrar a si mesmo e, por vezes, precisa de vozearia para não buscar em seu coração quais são as exigências mais verdadeiras e mais profundas”, afirmou também.

Concluindo sua resposta o prelado disse que “a Igreja deve ajudar o homem nessa busca”.
“E deve apoiá-lo, porque hoje, por vezes, o mundo diz que ele não deve buscar, quase violentando essa busca interior do homem – diria”.

“A meu ver, essa é uma grande missão da Igreja no contexto dos nossos dias", asseverou.

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