Vaticano, 16 de jul de 2011 às 20:28
O Escritório de Imprensa da Santa Sé divulgou hoje um comunicado no qual assinala que o sacerdote Giuseppe Huang Bingzhang, ordenado sem a autorização do Papa, na quinta-feira 14 de julho na localidade chinesa de Shantou, se encontra excomungado.
No mesmo dia da ordenação, o Diretor do Escritório de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, qualificou o fato como algo "doloroso e preocupante" para a Igreja Universal.
No texto publicado hoje em inglês, italiano e chinês, se precisa ademais que o sacerdote Huang Bingzhang, não é reconhecido pela Santa Sé “como Bispo da diocese do Shantou” e que ademais não possui “a autoridade de governar a comunidade católica diocesana".
Seguidamente se recorda que o sacerdote já havia sido informado há bastante tempo que "não podia ser aprovado pela Santa Sé como candidato episcopal, dado que a diocese de Shantou já tem um Bispo legítimo, por isso em distintas ocasiões se solicitou ao reverendo Huang não aceitar a ordenação episcopal".
O texto também destaca que a Santa Sé estava informada por distintas fontes de que alguns bispos, contatados pelas autoridades civis, "tinham manifestado a própria vontade de não participar de uma ordenação ilegítima, realizando algumas formas de resistência, diante das quais os prelados teriam sido obrigados a participar".
O Vaticano expressa que este tipo de resistência "é meritório ante Deus, e suscita apreço em toda a Igreja. Igual apreço é dirigido para a aqueles sacerdotes, às pessoas consagradas e aos fiéis que defenderam seus pastores, acompanhando-os neste difícil momento com a oração e compartilhando seu íntimo sofrimento".
Com efeito, perante o anúncio da ordenação ilegítima, os católicos da China fiéis ao Papa protestaram na frente do escritório do governo solicitando não o evento não fosse realizado, e devido ao fato de que as autoridades chegaram ao ponto de prender alguns bispos para obrigá-los a participar.
Em seus protestos, informou a agência UCAnews.com, os fiéis expressaram que uma ordenação ilegítima "constitui uma grave falta de respeito à Igreja".
O comunicado de hoje assinala ademais que "a Santa Sé reafirma o direito dos católicos de poder atuar livremente, seguindo a própria consciência e permanecendo fiéis ao Sucessor do Pedro em comunhão com a Igreja universal".
Finalmente o texto afirma que "o Santo Padre tendo conhecimento destes fatos, deplora uma vez mais como é tratada a Igreja na China e alenta que possam ser superadas o antes possível as presentes dificuldades".
A China só permite o culto católico à Associação Patriótica Católica da China, subordinada ao Partido Comunista chinês, e rechaça a autoridade do Vaticano para nomear bispos ou governá-los. A Igreja Católica fiel ao Papa não é completamente clandestina; porém é assediada constantemente.
As relações diplomáticas entre a China e o Vaticano foram interrompidas em 1951, dois anos depois da chegada ao poder dos comunistas que expulsaram os clérigos estrangeiros.