MADRI, 24 de fev de 2005 às 13:02
Maria Esperanza Puente abortou há dez anos seu segundo filho em uma clínica espanhola. Ela se reconhece “vítima” porque ainda sofre as conseqüências psicológicas da síndrome pós aborto e está decidida a contar a pior experiência de sua vida para que outras mulheres decidam não abortar.
“Sou porta-voz das Vítimas do Aborto porque sou vítima. Nunca ninguém me informou das conseqüências psicológicas que ia sofrer após abortar”, assinalou Puente, agora militante pró vida.
Segundo o Semanário Alba, Puente disse que inclusive depois de tanto tempo “sua mente guarda lembranças” que quer esquecer, mas “a consciência humana natural indica que não está bem o que fez”.
“As garotas mais jovens lembro que choravam baixinho, sem fazer ruído. Ninguém comentava nada com ninguém e reinava o silêncio, quando em seu interior gritava muito forte: não quero! Mas são gritos de afogados, que não escuta nem quem está do lado, só você ouve”, recordou Puente o que acontecia na clínica Abortista.
Logo depois de falar com o psicólogo, mais preocupado em cobrar que em esclarecer dúvidas irresolutas, e de assinar um consentimento informado para realizar o aborto, Puente entrou na sala de cirurgia para que lhe praticassem a intervenção que segundo ela foi “rápida e muito agressiva”.
A intervenção
Puente recorda “o curioso é como antes do aborto não lhe deixam ver a tela do ecograma se por acaso você se arrepende, quando já está na maca, dá no mesmo”.
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“Eu estava olhando para o teto dizendo pare!, mas sem gritar. Queria sair correndo dali mas não pude. É tão duro assumir o que está acontecendo como a maneira em que está passando”, indicou Puente.
Maria Esperanza Puente lembra que seu filho “foi jogado em um recipiente de cristal e fica aí, jogado de um lado. Você o vê. Em seguida a enfermeira leva o pote. Nesse momento é como se lhe arrancassem com ele a vida”.
Ao referir-se à síndrome pós aborto, Puente assegura o “não se perdoar” como fator determinante, onde qualquer situação pode fazer reviver o aborto ao qual se submeteram.
“Algumas garotas vêem uma criança de quatro anos, que é a idade que deve ter seu filho, e se põem a chorar”, assegurou Puente.
Manipulação
Em dez anos só a Associação de Vítimas do Aborto lhe prestou ajuda. “Os médicos do Estado não oferecem ajuda, o Estado não informa, os meios de comunicação manipulam. Lançam a mensagem de que abortar é liberdade, é progresso, de que não faz mal”, afirmou Puente.
Com este testemunho Maria Esperanza Puente quer ganhar a batalha pela vida e que muitas mulheres mais desistam de abortar.