A diocese de Leiria-Fátima emitiu no último 19 de julho um comunicado de esclarecimento sobre alguns grupos de oração que vêm difundindo “mensagens de videntes e de supostas aparições da Virgem Maria” a respeito de um iminente “fim do mundo” que não passam de uma mera invenção. O texto afirma que “hoje, há quem use o nome de Nossa Senhora ou o seu Imaculado Coração para divulgar esse tipo de mensagens” e “é preciso não se deixar enganar”.
 
“Quem pretende ter recebido uma visão a indicar o fim do mundo para breve ou indicando uma data está a inventar isso por sua cabeça e a mentir”, destacou o vigário geral da diocese de Leiria-Fátima, o Pe. Jorge Guarda em declarações reunidas pela Agência Ecclesia.

O sacerdote fala sobre grupos de oração “inspirados em diversas correntes de espiritualidade e de piedade, por vezes mariana e fatimita[relacionados à mensagem de Fátima]” nos quais “circulam mensagens de videntes e de supostas aparições da Virgem Maria”, com conteúdos “por vezes de teor apocalíptico a prever o fim do mundo”.

Tais mensagens, afirma o comunicado, “não merecem a adesão de cristãos com bom senso e reta formação na fé, pois contribuem mais para gerar medo e angústia nos corações de que para uma sadia prática da devoção religiosa e crescimento da vida espiritual”.

O texto destaca as palavras de Jesus no Evangelho sobre o fim do mundo: “Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém o sabe: nem os anjos do Céu, nem o Filho, só o Pai”

A mensagem do Pe. Guarda afirma que chegaram ao bispo diocesano de Leiria-Fátima, Dom António Marto, “notícias de que, em alguns desses grupos, havia pessoas perturbadas por causa de mensagens amedrontadoras ou conselhos pouco sensatos para os comportamentos pessoais”.

“Perante mensagens que anunciam o fim do mundo e castigos para breve, os fiéis católicos não se deixem amedrontar. Jesus exortou os seus discípulos a não terem medo”, aconselha o vigário geral.

O Pe. Jorge Guarda deixa “recomendações para que os grupos de oração sejam saudáveis de relação com Deus e de sã devoção à Virgem Maria e as pessoas os possam frequentar com confiança”, pedindo aos seus promotores que “deem conhecimento deles aos respectivos párocos para que possam, assim, receber o seu acompanhamento espiritual e a sua ajuda fraterna”.

“Para evitar deixar-se enganar, recomenda-se aos fiéis católicos que cuidem da sua própria formação na fé”, acrescenta o sacerdote, pedindo aos mesmos que tenham cuidado “quando se lhe pede dinheiro nos grupos de oração”.

De acordo com o testemunho, reconhecido pela Igreja Católica, das crianças Francisco e Jacinta Marto (beatificadas por João Paulo II em 2000) e Lúcia dos Santos, conhecidas como os Pastorinhos de Fátima, ocorreram seis aparições da Virgem Maria na Cova da Iria e imediações, uma a cada mês, entre maio e outubro de 1917.

Nessas aparições, os videntes receberam o chamado “segredo”, divido em três partes, mas muitos movimentos e grupos têm falado, com insistência, num “quarto segredo”, relacionado com um cenário apocalíptico e o fim do mundo.

Em 2007, estando de viagem em Portugal, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, recusou a existência de qualquer «quarta parte» do segredo de Fátima, reafirmando que o mesmo já foi revelado na sua totalidade.

O cardeal italiano foi colaborador do cardeal Joseph Ratzinger, hoje Bento XVI, na Congregação para a Doutrina da Fé, tendo ambos trabalhado com o Beato João Paulo II na publicação da terceira parte do segredo no ano 2000.

O texto relativo ao segredo de Fátima pode ser consultado no site do Vaticano:
http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20000626_message-fatima_po.html
 

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