ROMA, 23 de jul de 2011 às 13:21
Depois do brutal duplo atentado perpetrado ontem em Oslo, qualificado pelo primeiro-ministro Jens Stoltenberg como uma "tragédia nacional" na qual os falecidos chegam agora a 92, o Núncio Apostólico na Noruega, Dom Emil Paul Tscherrig, assinalou que estes fatos constituem "uma loucura humana inaceitável".
Em declarações à Rádio Vaticano, o Arcebispo se referiu ao brutal duplo atentado cuja autoria ainda foi esclarecida. O New York Times atribui a mesma a um grupo extremista muçulmano, enquanto outras fontes assinalam um grupo extremista anti-sistema da Noruega como os responsáveis.
Dom Tscherrig assinalou que "acima de tudo, estamos muito impactados diante destes terríveis fatos, pelos dois atentados que causaram tantos mortos, sobre tudo jovens. Apresentamos nossos profundos pêsames a todas as famílias e a todas as pessoas tão duramente golpeadas".
O jornal espanhol El Pais assinala que o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, qualificou de "tragédia nacional" estes fatos, em uma conferência realizada na manhã deste sábado 23 de julho. Deste modo a polícia confirmou que ao menos 85 pessoas morreram no tiroteio cometido em um acampamento juvenil do partido trabalhista ao qual o primeiro-ministro tinha planejado comparecer.
Logo depois da matança neste lugar, a polícia deteve um norueguês de 32 anos identificado como Anders Behring Breivik, quem estaria vestido de polícia ao perpetrar a massacre contra os jovens.
"Vi que disparavam nas pessoas. Tentei me sentar o antes possível. Escondi-me atrás de umas pedras. Eu o vi uma só vez, a apenas 20 ou 30 metros longe de mim. Pensei: 'Terei medo pelo resto da vida', e “em todas as pessoas que eu amo", relatou Jorgen Benone, um dos sobreviventes, à agência Reuters.
"Vi gente saltando na água, sobre umas 50 pessoas nadando longe da costa. As pessoas estavam chorando, tremendo, estavam aterrorizados", contou Anita Lien, que vive a poucos metros da ilha onde está o acampamento, à mesma agência.
O Núncio disse ademais à Rádio Vaticano que o ocorrido "para os noruegueses é uma grande catástrofe. Qualificam-na como a maior tragédia que sofreu o país depois da Segunda guerra mundial".
"Com efeito é uma coisa incrível: é um país pacífico, com uma sociedade muito democrática e livre e efetivamente o acontecido é um golpe muito duro para toda a população. É uma loucura. Todas estas coisas são loucuras humanas, que não podem ser explicadas com nenhum motivo, nem político, nem pessoal. É sempre uma loucura humana inaceitável".
O Arcebispo concluiu explicando que "a Igreja Católica está rezando e certamente amanhã recordaremos os falecidos também na Santa Missa. A situação está ainda em desenvolvimento, a polícia está indagando e todos estão profundamente comovidos".
Em declarações à ACI Prensa em 22 de julho, no mesmo dia do duplo atentado, o diretor de comunicações da diocese de Oslo, Pe. Paul Bratbak, assinalou que "estamos muito acostumados à calma nesta pequena nação onde nada como estas coisas sucede. O que aconteceu é demasiado para todos nós".