O Presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Dom Ignacio Carrasco da Paula, explicou ao grupo ACI/EWTN Notícias que a maternidade deve recuperar seu significado original de dom de Deus e não ser vista como uma enfermidade.

“Dom Carrasco assinalou que “a reação diante da notícia da maternidade deve voltar a ser o que foi sempre, uma reação de alegria” que leva as pessoas a dizerem à mãe “‘parabéns, e não ‘sinto muito’”, como se diz às pessoas quando elas têm uma doença”.

O perito recordou que o Beato João Paulo II foi o impulsor de criar um dicastério dedicado à defesa da vida há mais de 25 anos. “Ele foi o primeiro em perceber que a Igreja necessitava de uma academia que se dedicasse aos temas de vida como é a biomedicina, ou a biotecnologia”, explicou o Prelado.

Dom Carrasco assinalou ao grupo ACI /EWTN Notícias que neste último ano centraram seu interesse em três objetivos: o trauma pós-aborto, os bancos de cordões umbilicais, e os tratamentos para a infertilidade.

Em referência à etapa pós-aborto, é necessário “buscar definir no que consiste, se existe algum remédio e como se cura”.

Também se referiu aos novos problemas éticos que surgem em torno de iniciativas como os bancos de cordão umbilical dos recém-nascidos onde há conflitos “de natureza econômica” porque “se converteu em um novo mercado onde há oferta e há demanda, e aí obviamente é quando entra um fator de natureza mercantil aos problemas de tipo éticos”.

Do mesmo modo, explicou que os tratamentos de fertilização in vitro têm “problemas morais muito sérios porque a criança normalmente vem fecundada em um laboratório, e se converte em um objeto muito fácil para a manipulação”.

A este problema se une a ausência de moral ao escolher quais zigotos viverão e quais serão destinados à morte ou à investigação, “estas fecundações precisam acontecer após um exame de seleção no qual ficam descartados alguns embriões”, denunciou.

Em fevereiro de 2012, a Academia pela Vida celebrará uma assembléia para alentar práticas a favor da procriação de acordo com a dignidade da pessoa, desde a etapa embrionária até a morte e em defesa da maternidade como dom de Deus.

Dom Carrasco explicou que os novos estudos do dicastério incluem progressos extraordinários neste campo pois se encontraram vias que ajudam à fertilidade sem necessidade de recorrer a procedimentos mais caros e que têm estes problemas éticos tão graves como a redução embrionária.

Esta prática –envolvida na fecundação in vitro- consiste em provocar a morte de vários embriões dentro do útero materno. “Muitas vezes restam menos de três, dois ou um só, infelizmente isto é feito. É uma praxe lamentavelmente diária, de rotina”, denunciou.

Dom Carrasco de Paula também recordou que a defesa da vida inclui assistir às pessoas que enfrentam a última fase de suas peregrinações na terra.

“Nesta última grande prova que devem superar, necessitam uma particular ajuda e por ajuda entendo não só a fase técnica, mas também a assistência pessoal, de afeto, de consideração, de respeito à sua dignidade”, indicou.

É preciso recordar “que estas não são pessoas que deixaram de ser interessantes para a sociedade ou que se converteram em seres inúteis e que não têm nada que dizer”, concluiu.

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