CASTEL GANDOLFO, 28 de ago de 2011 às 12:55
Da residência de verão de Castel Gandolfo e diante de um numeroso grupo de peregrinos, o Papa Bento XVI recordou que o caminho para seguir Jesus e alcançar a felicidade não passa pelo êxito material mas sim por tomar a própria cruz.
Antes de rezar o Ângelus, Bento XVI explicou que orientar a vida a alcançar apenas o êxito social, o bem-estar físico e econômico, “é colocar Deus à parte, não aceitar o seu projeto de amor, quase impedir-lhe de cumprir o seu sábio querer”.
“Parece evidente a divergência entre o desígnio de amor do pai, que chega ao ponto de doar seu Filho Unigênito à cruz para salvar a humanidade, e as expectativas, os projetos e os desejos dos discípulos. Este contraste se repete também hoje: quando a realização da própria vida se orienta somente ao sucesso social, ao bem estar físico e econômico, não se raciocina mais segundo Deus, mas segundo os homens”, afirmou o Papa.
Recordando as palavras do servo de Deus Paulo VI, Bento XVI o citou dizendo: "Misteriosamente, o próprio Cristo, para arrancar do coração do homem o pecado de presunção e manifestar ao Pai uma obediência íntegra e filial, aceita morrer sobre a cruz”.
“Aceitando voluntariamente a morte, Jesus leva a cruz de todos os homens e se torna fonte de salvação para toda a humanidade. São Cirilo de Jerusalém comenta: "A cruz vitoriosa iluminou quem se tornou cego pela ignorância, liberou quem era prisioneiro do pecado, levou a redenção a toda a humanidade””.
“O cristão segue o Senhor quando aceita com amor a própria cruz, que aos olhos do mundo parece uma derrota e uma perda de vida, mesmo sabendo que não a leva sozinho, mas com Jesus, dividindo o mesmo caminho de doação dele”, indicou.
O Papa recordou que hoje a Igreja recorda a memória litúrgica de Santo Agostinho e pediu por intercessão deste santo e a Virgem Maria “que cada um de nós saiba seguir o Senhor no caminho da cruz e se deixe transformar pela graça divina, renovando o modo de pensar para poder discernir a vontade de Deus, aquilo que é bom, aquilo que o agrada e é perfeito’”.