Depois da morte do ditador Líbio Muhammar Kadafi, ocorrida hoje, a Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou uma nota na qual assinala que estes fatos obrigam à reflexão sobre o preço do sofrimento humano gerado por sistemas que endeusam o poder e que não respeitam a dignidade dos seres humanos.

A nota do Vaticano se dá a conhecer logo que foi confirmado o falecimento do coronel líbio que governou o País durante 42 anos, e logo depois de vários meses de enfrentamentos armados entre os opositores e o exército leal a Kadafi.

O primeiro-ministro Mahmud Jibril confirmou a morte de Kadafi em conferencia de imprensa hoje: "esperamos este momento durante muito tempo. Mataram Muhamar Kadafi".

Sobre estes fatos, a nota do Vaticano deste 20 de outubro assinala que "a notícia da morte do coronel Muhammar Kadafi fecha a extensa e trágica fase da luta sangrenta pela queda de um regime duro e opressivo".

"Estes fatos dramáticos obrigam agora à reflexão sobre o preço do imenso sofrimento humano que acompanha a afirmação e a queda de todo sistema que não está baseado no respeito à dignidade da pessoa, mas sobre a prevalente afirmação do poder".

A nota assinala que a Santa Sé alenta o processo de pacificação e reconstrução "com um espírito de inclusão, sobre a base da justiça e o direito, e que a comunidade internacional se esforce por ajudar generosamente a reedificação do país".

Depois de reiterar que a pequena comunidade católica seguirá brindando sua contribuição nesta nação, o texto precisa que a Santa Sé ainda não reconheceu formalmente o Conselho Nacional de Transição (CNT) mas "considera-o o legítimo representante do povo líbio, conforme o direito internacional".

Seguidamente se refere a vários encontros que tiveram representantes do Vaticano com autoridades da Líbia nos quais se sublinhou "a importância das relações diplomáticas entre a Santa Sé e a Líbia. A Santa Sé já teve a oportunidade de renovar seu apoio ao povo líbio e seu apoio na transição".

A Santa Sé, conclui a nota, alenta o êxito na reconstrução do país e recorda que as autoridades líbias expressaram seu apreço pelos chamados humanitários realizados pelo Papa Bento XVI "e pelo esforço da Igreja na Líbia, especialmente através do serviço nos hospitais e outros centros de assistência de 13 comunidades de religiosas (6 em Tripolitana e 7 em Cirenaica)".

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