Vaticano, 11 de nov de 2011 às 18:35
Ao receber esta manhã os participantes de um encontro promovido pelo Pontifício Conselho Cor Unum, o Papa Bento XVI assinalou que o voluntariado católico não pode deixar-se seduzir pelas ideologias e deve ser reflexo do amor de Cristo.
Aos participantes do evento organizado no marco do Ano Europeu do Voluntariado, o Santo Padre agradeceu "aos milhões de voluntários católicos, que contribuem constante e generosamente, à missão caridosa da Igreja em todo mundo".
"No momento presente, marcado pela crise e a incerteza, seu compromisso impulsiona com razão a confiança, porque mostra que a bondade sincera existe e que está crescendo ao nosso redor. Sem dúvida a fé dos católicos se reforça vendo o bem que se faz em nome de Cristo".
O Santo Padre disse logo que "para os cristãos, o voluntariado não é simplesmente uma expressão de boa vontade. Apóia-se na vossa experiência pessoal de Cristo –que foi o primeiro a servir a humanidade, dando sua vida livremente, pelo bem de todos– como experimentamos na Eucaristia".
Sendo voluntários, indicou, "também nos convertemos em instrumentos visíveis do amor de Cristo em um mundo que deseja esse amor em meio da pobreza, da solidão, da marginalização e da ignorância que nos rodeia".
O Papa ressaltou logo que "o voluntariado católico não pode, é obvio, responder a todas estas necessidades, mas isso não nos desalenta. Tampouco devemos deixar-nos seduzir por ideologias, que querem mudar o mundo segundo uma visão puramente humana".
"O pouco que conseguimos fazer para aliviar as necessidades humanas pode ser visto como uma boa semente que crescerá e dará muito fruto, pois é um sinal da presença e do amor de Cristo que, como a árvore no Evangelho, cresce para dar proteção, amparo e força a todos os que assim o requeiram".
Bento XVI destacou a necessidade de que as autoridades públicas reconheçam e agradeçam esta contribuição dos católicos que permitem a melhora da sociedade, sublinhando logo as raízes da caridade cristã.
"Se estas raízes espirituais forem negadas ou ocultas e os critérios de nossa colaboração se tornam uma mera utilidade, aquilo que distingue verdadeiramente o serviço de voluntariado católico, corre o risco de perder-se, em detrimento de toda a sociedade", alertou.
"Queridos amigos, eu gostaria de terminar animando os jovens a descobrirem o trabalho voluntário como uma maneira de crescer no amor desinteressado, que é o que dá o sentido mais profundo à vida. Os jovens respondem sem demora à chamada do amor. Ajudemo-los a escutar a Cristo, que chama os seus corações e a que se aproximem dele".
Finalmente o Papa disse que "não devemos ter medo de assumir este desafio radical que muda a vida, ajudando a juventude a aprender que nossos corações estão feitos para amar e ser amados. A vida encontra sua plenitude graças à doação plena de nós mesmos".