VATICANO, 9 de jan de 2012 às 11:40
Nesta segunda-feira, realizou-se na Sala Regia a audiência de Bento XVI com o corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé, para as felicitações de Ano Novo. No tradicional discurso, o Papa menciona fatos de particular relevância no cenário internacional.
Na ocasião, segundo a nota publicada pela Rádio Vaticano, o Papa citou os Estados que empreenderam relações diplomáticas com a Santa Sé em 2011: Azerbaijão, Montenegro e Moçambique e recordou o Sudão do Sul, que, em julho do ano passado, se tornou o mais novo Estado soberano do mundo.
Atualmente, a Santa Sé mantém relações diplomáticas com 178 Estados, entre eles o Brasil, que foi representado pelo Embaixador Almir Franco de Sá Barbuda.
Segundo a RV, Bento XVI falou das ocasiões que teve em 2011 de encontrar chefes de Estado e de Governo, como viagens internacionais, a beatificação de seu predecessor, João Paulo II, os 60 anos de sua ordenação sacerdotal e a missa pelo bicentenário dos países da América Latina e do Caribe, em 12 de dezembro, na qual anunciou sua viagem ao México e a Cuba.
A seguir, traçou um panorama do momento atual, marcado por um "profundo mal-estar e por diversas crises: econômicas, políticas e sociais".
Em especial, o Pontífice se declarou preocupado com a situação na Síria, onde pediu o fim do derramamento de sangue e o início do diálogo.
“Não nos devemos desanimar e sim reemprender com decisão nosso caminho, com novas formas de compromisso. A crise pode e deve ser um incentivo para refletir sobre a existência humana e a importância de sua dimensão ética, antes que sobre os mecanismos que governam a vida econômica: não só para tentar represar as partes individuais ou as economias nacionais, mas para dar novas regras que assegurem a todos a possibilidade de viver dignamente e desenvolver suas capacidades em bem de toda a comunidade”, afirmou o Santo Padre.
Bento XVI recalcou que os jovens são a base sobre a qual investir para reverter a situação atual. Isso só poderá ser feito através da educação, que constitui a tarefa de primária importância num tempo difícil e delicado.
“O beato João Paulo II recordava que «o caminho da paz é ao mesmo tempo o caminho dos jovens» eles são «a juventude das nações e da sociedade, a juventude de cada família e de toda a humanidade». Os jovens, pois, levam-nos a considerar com seriedade seus requerimentos de verdade, justiça e paz”, disse o Papa Bento.
“Por esta razão lhes dediquei a Mensagem anual para a celebração da Jornada Mundial da Paz, titulado Educar aos jovens na justiça e a paz. A educação é um tema crucial para todas as gerações, já que dela depende tanto o são desenvolvimento de cada pessoa como o futuro de toda a sociedade. Por esta razão, representa uma tarefa de primeira ordem nestes tempos difíceis e delicados. além de um objetivo claro, que é o que os jovens conheçam plenamente a realidade e portanto a verdade, a educação necessita de lugares. O primeiro é a família, fundada sobre o matrimônio entre um homem e uma mulher”, explicou.
O Papa finalizou seu discurso recordando que o Príncipe da paz nos ensina que a vida não acaba no vazio, que o seu destino não é a corrupção, mas a imortalidade.
"Animada pela certeza da fé, a Santa Sé continua a dar a própria contribuição à comunidade internacional. Cristo veio para que os homens tenham vida e a tenham em abundância", concluiu.