ROMA, 2 de mar de 2005 às 19:25
Para reduzir o número de abortos de meninas chinesas, perpetrados por casais que procuram que o único filho que o Governo lhes permite ter seja homem, um grupo de legisladores chineses estuda a possibilidade de penalizar a prática de anunciar o sexo do bebê antes do parto.
O Governo chinês proíbe aos casais ter mais de um filho e, em caso de conceber um segundo filho devem abortá-lo. Por motivos culturais, a sociedade chinesa valoriza mais os filhos homens, e isso leva milhões de casais a optar por abortar a todas suas filhas mulheres até conceber um menino.
Atualmente, é ilegal o emprego de ultra-som ou outros métodos para determinar o sexo de um bebê por razões que não sejam estritamente médicas, mas quem descumprir essa regra deve enfrentar apenas multas administrativas e não processos penais.
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"Face à proibição de detectar o sexo de um bebê, esta prática ilegal persiste, o que causou um diferencial sério na proporção de gênero da população recém-nascida", assinalou o relatório.
Estatísticas oficiais mostram uma proporção de 117 meninos para cada 100 meninas, e em alguns lugares a diferença chega a 150 meninos para cada 100 meninas. "Este assunto chamou a atenção dos principais legisladores chineses, que levou a temores de que no futuro muitos homens permaneçam solteiros ou de que surjam outros problemas sociais ", acrescentou.
O Congresso Nacional do Povo começa suas sessões neste fim de semana e -segundo as fontes- uma comissão propôs leis que castigam penalmente os médicos que desafiarem a proibição.