O fundador do Caminho Neocatecumenal, Kiko Argüello, expressou ao grupo ACI sua alegria pela aprovação papal das celebrações contidas no Diretório Catequético de sua comunidade e assegurou que este gesto é "um grande consolo" e "uma graça muito grande, depois de tantos sofrimentos e trabalhos".

"Compreendemos que o Papa, quem tem um grande carisma como escutamos, dá-se conta que o futuro da nova evangelização passa pela comunidade cristã, pelas famílias, e a comunidade cristã salva a família, e as famílias salvam a sociedade e a Igreja", afirmou Argüello ontem em entrevista exclusiva para o grupo ACI logo depois da audiência na que o Papa Bento XVI recebeu milhares de membros do Caminho Neocatecumenal.

Argüello explicou que "a Eucaristia vivida na comunidade salva a comunidade, a torna forte, faz que se realize nela o que diz Jesus Cristo, esse ‘amai-vos’, porque claro, a comunidade não pode ser muito grande, porque não se ama a quem não se conhece. Dizem que se você puser em uma página as pessoas que você conhece, onde vive, e onde trabalha e não se chega a 30 ou 40".

Ele acrescentou que "as palavras do Senhor à sua Igreja é ‘amai-vos como eu vos amei’, Cristo nos amou na dimensão do inimigo, da cruz. E como se ama essa dimensão, como é possível? Para isso é preciso seguir um itinerário de formação cristã. Percorrer o batismo. É um caminho sério, de 20 anos, muito profundo. Nesse sentido temos paciência".

Que o Papa "tenha dito ante a televisão que as comunidades podem celebrar a Eucaristia do domingo, em pequenas comunidades é algo maravilhoso desde o ponto de vista sociológico. É como se nos tivesse compreendido, é como se nos conhecesse profundamente, é como se tivesse em conta que nisto está em jogo a evangelização do mundo".

Argüello considerou que não há diferenças entre a liturgia do Caminho Neocatecumenal e a da Igreja universal.

"É a Missa da Igreja. Nós, dada a catequese, insistimos no que sublinha o Concílio de celebrar com as duas espécies. Algo que é muito difícil nas grandes paróquias ou nas grandes celebrações pela logística, pelo vinho, entre outros, vêem-se muitas dificuldades", sustentou.

Fogo no Caminho

Ao fazer um balanço da história do Caminho Neocatecumenal, Argüello explicou que "levamos mais de 40 anos, e seguimos trabalhando sempre com espírito. É o que diz a escritura da sarça ardente. Moisés via que havia fogo e não se consumia. Surpreende-nos que levemos mais de 45 anos e estamos com fogo, como ao princípio do caminho, com desejo de evangelizar na Ásia, na China".

"Temos cinco seminários na China.Pedi aos jovens que necessitamos 20 mil sacerdotes para a China e cinco mil jovens se levantaram. Temos cinco mil jovens preparando-se, vendo quantos têm os estudos, como podem preparar-se e como podem formar-se, e abrimos cinco seminários para a China. Será preciso evangelizar Tailândia e Vietnam e temos famílias lá", acrescentou.

O fundador assinalou que "mandamos agora com o Papa 18 missões ad gentes, também entre os aborígenes da Austrália, que são aborígenes da idade da pedra, que o estado não sabe o que fazer com eles porque estão destruídos psicologicamente, muitos bebem, se suicidam. Não sabem fazer outro que dar-lhes dinheiro. Entretanto lá nós levamos uma missão ad gentes que estáo tentando evangelizá-los, tentando levar-lhes a Jesus Cristo e temos já frutos fantásticos".

"Nós queremos que a comunidade cristã parta para o mundo. Temos famílias no Alaska, já enviamos quase 200 famílias por todo omundo. Isso é prova de que toda esta iniciação cristã é válida, do contrário não teriam saído. Eles são cristãos e têm o desejo de levar a Cristo ao mundo", indicou.

Finalmente, pediu aos membros do Caminho Neocatecumnal em todo mundo que como comunidades e paróquias acudam "a um santuário da Virgem para dar graças" pela aprovação papal.

"Ela está intercedendo por nós. Sentimo-la muito perto de nós", indicou.

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