QUITO, 2 de mar de 2005 às 23:03
O Bispo de Ibarra, Dom. Julio Terán Dutari, apoiou o recente pronunciamento da Conferência Episcopal Equatoriana (CEE) que denuncia uma atual concentração de poder que levaria a uma possível ditadura e reafirmou que “não é uma posição contra nenhuma pessoa mas sim a análise do que está acontecendo no país”.
O Prelado explicou que a CEE faz declarações apoiadas em uma análise objetiva da situação do país e recordou que “se falou de que há concentração dos poderes em uma tendência política liderada pelo Presidente da República, é um fato que todo mundo conhece”.
“Se foi dito que esta situação pode levar a uma anarquia ou a uma ditadura, não é uma posição contra nenhuma pessoa mas sim a análise do que está acontecendo no país”, afirmou o Bispo.
Diante da atual situação política do país, o Prelado ressaltou que “não há tempo para nos acusar mutuamente e muito menos para entrar em um plano de insultos ou de desacreditar o adversário”.
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“Todos temos que assumir a responsabilidade de procurar caminhos, evidentemente, terá que contar com o Governo porque é a autoridade, é uma responsabilidade colaborar para que a autoridade se exerça devidamente, dentro das normas constitucionais”, adicionou.
O Bispo esclareceu que o que o Episcopado está pedindo é que se busquem formas de acordo, saídas democráticas e respeitosas das pessoas, que signifiquem ceder para procurar soluções que sejam viáveis.
Por outro lado, o Prelado se referiu às reações de alguns deputados contra o pronunciamento da CEE e enfatizou que existiram reações porque talvez se interpretou mal a opinião da Conferência Episcopal como alguém “tira de posição política a favor de uns partidos políticos” e contra outros. Entretanto, “não há razão alguma para que se reaja dessa forma”, precisou.
Dom. Terán apoiou o chamado dos bispos a “esquecer os interesses particulares, de partidos que podem ser muito legítimos, mas que os esqueçamos, porque está em jogo algo muito mais importante que é a continuidade da vida democrática, constitucional no país”.