A irmã Celina Rohr, pertencente às Servas do Espírito Santo, alertou que frente ao avanço da AIDS na África, somente os valores cristãos como a abstinência parecem eficazes para frear a mortal enfermidade.

“Não podemos ficar indiferentes frente à AIDS que está exterminando o povo africano, não cruzemos os braços, nosso lugar está ao lado dos mais pobres, dos que sofrem”, advertiu.

Conforme informou a agência AICA, em uma entrevista publicada pelo anuário 2004 da Paróquia São José, de Crespo, a religiosa mostrou sua preocupação pelas últimas estatísticas da ONU que estimam que 75 por cento da população de Bostwana está infectada com a doença.

“Na África a AIDS não tem cura, pois os medicamentos que podem atrasar a enfermidade são muito caros para as pessoas pobres”, indicou.

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Acrescentou que “outro grande problema é a cultura do silêncio já que se fala pouco do tema e a prevenção é escassa. “Há muito cuidado para proteger a pessoa infectada da discriminação. Isso dificulta muito o trabalho dos médicos, que muitas vezes não se animam a dizer ao paciente que tem AIDS por medo de que se suicide”, indicou.

A irmã com 55 anos de trabalho missionário na África e mais de 20 em Bostwana explicou que “o vírus HIV deixa a pessoa sem defesas contra as doenças, até as mais leves, sendo incrível a rapidez com que se propaga”.

Assinalou também que o anúncio da boa nova de Jesus deve ir acompanhado de um compromisso e luta pela dignidade da pessoa.