BARCELONA, 3 de mar de 2005 às 15:13
O Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Agentes Sanitários, Cardeal Javier Lozano Barragán, assegurou que neste tempo, o Papa João Paulo II está reescrevendo a sua carta apostólica “Salvifici Doloris” mas não com tinta e sim com a própria vida.
Em uma entrevista concedida ao jornal espanhol “La Vanguardia”, o Purpurado evocou a carta escrita pelo Pontífice em 1984, na qual explicou “como a dor é a porta a Cristo” e assegurou que “agora o Papa não está mais escrevendo a carta com tinta mas com a própria vida”.
Para o Cardeal, o Pontífice esta transmitindo uma mensagem muito especial aos católicos, ao levar a doença e o sofrimento com alegria, “ao mesmo tempo, sabemos o quanto ele está sofrendo”.
Também antecipou que o Papa João Paulo II “não renunciará aparecer em público”, considerou que poderia reaparecer nesse domingo no Ângelus e explicou que o seu principal problema é o desenvolvimento do Parkinson.
Segundo o Cardeal Lozano, “por lógica apostólica, o Papa não renunciará aparecer em público” pois “sabe perfeitamente que é essa a sua missão, que ele é o Vigário de nosso Senhor Jesus Cristo”.
O Purpurado não descartou que Papa possa dizer algumas palavras aos fiéis no Ângelus do domingo e pediu orações “para que Deus lhe restitua o quanto antes a saúde plena, de acordo com a fase da vida em que se encontra, para que assim ele possa seguir cumprindo a missão que o nosso Senhor lhe confia”.
O Cardeal mexicano considerou que o problema mais importante para o Pontífice, desde o ponto de vista médico, é o “desenvolvimento da doença de Parkinson, que produz rigidez nos tecidos” e essa rigidez poderia dar-se nas cordas vocais “tornando difícil a fala”.
Igualmente, recomendou “prudência” e “evitar expô-lo ao perigo de infecções”, embora afirme sentir-se satisfeito com o processo de recuperação do Santo Padre, que “está reagindo muito bem” ao tratamento.