HAVANA, 22 de fev de 2012 às 06:29
O Presidente da Conferência de Bispos Católicos de Cuba (COCC), Dom Dionisio García Ibáñez, evitou que 14 mulheres membros do grupo das Damas de Branco fossem golpeadas por agentes do Governo comunista, que as esperavam perto da Basílica de Nossa Senhora do Cobre, onde tinham procurado refúgio.
"Como vêm fazendo há quatro meses as mulheres foram rezar na Basílica do Cobre como qualquer cristão vai a um templo rezar, mas elas me manifestaram que vinham sendo ameaçadas, que haviam represálias contra elas e que as estavam sendo provocadas. Queriam impedir que fossem à Basílica", declarou esta terça-feira 21 de fevereiro Dom García ao grupo ACI.
Conforme informou esta segunda-feira o jornal El Nuevo Herald, "os incidentes ocorreram durante um fim de semana em que a polícia deteve 30 membros e simpatizantes das Damas de Branco" nos arredores de Santiago de Cuba. O jornal indicou que outras três mulheres foram detidas na segunda-feira.
Conforme indicou o dissidente Prudencio Villalón, que acompanhou as 14 Damas de Branco à Basílica, as mulheres se declararam em greve de fome nos degraus do templo depois da missa dominical ao denunciar que tinham recebido ameaças de um grande grupo de policiais espalhado em um cruzamento próximo do lugar.
Um sacerdote na Basílica ligou por telefone para Dom Dionisio García, Arcebispo de Santiago de Cuba, quem horas mais tarde se apresentou em pessoa com dois veículos para evacuar as mulheres.
"As autoridades estariam pendentes do tema. Elas manifestaram que até temiam ser atacadas. Disseram-me que algumas de suas companheiras haviam sido ameaçadas. Foi assim que eu intervim. Embora fosse uma manifestação que tem basicamente um sentido político, a Igreja lhes deu respaldo", expressou Dom García ao grupo ACI.