KONIGSTEIN, 22 de fev de 2012 às 10:37
O Arcebispo católico maronita de Antioquia, com sede em Bkerke (Líbano), Dom Paul El-Sayeh, fez um chamado para que se as partes em conflito na Síria deponham as armas e negociem, pois disse temer uma guerra civil em grande escala no país que se possa estender a outros estados.
O Prelado descreveu a situação atual como "desesperante", por isso pediu à comunidade internacional para que se possa sustentar uma mesa de diálogo entre as forças rebeldes e o regime sírio de Bashar al-Assad.
Em declarações recolhidas pela organização católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), Dom El-Sayeh assinalou que "todos estão sofrendo na Síria porque há violência chegando de todos lados. É uma situação desesperada e queria que todos se sentassem e negociassem, porque os problemas não se podem resolver com violência".
O Prelado alertou que a ameaça de que a violência se expanda ao vizinho país de Líbano é muito alta. Entretanto, o Arcebispo maronita assinalou que, no Líbano, há um forte desejo de não entrar no conflito e evitar reanimar as cinzas da guerra civil do passado.
"Há uma preocupação com respeito à violência que vem da Síria, mas ao mesmo tempo há uma consciência de que o conflito não ajudará ninguém. Por isso, todos têm interesse em não deixar que a situação se deteriore".
Apesar da confiança de Dom El-Sayeh, que assinalou que os cristãos se mantêm em muito boas relações com os muçulmanos da zona, líderes da Igreja na zona expressaram temores de que, se Assad fosse retirado do governo, os cristãos seriam os que estivessem em piores, com grupos islamistas monopolizando o vácuo do poder.
"Deveríamos rezar por aqueles na posição de poder de fazer o que possam para aliviar o sofrimento das pessoas", sublinhou o Prelado.
Para a AIS, o Oriente Médio uma prioridade, por isso pediu ao Papa Bento XVI que ajude esta parte do mundo, onde "a Igreja local está ameaçada em sua própria existência”.