VATICANO, 14 de mar de 2012 às 09:13
O Papa Bento XVI explicou esta manhã que a Virgem Maria ensina aos membros da Igreja Católica a necessidade da oração e de uma relação próxima com Ele para anunciar a todos que Cristo é o Salvador do mundo.
Em suas palavras em espanhol na audiência geral desta quarta-feira, com a qual iniciou um ciclo de catequeses sobre a oração no livro dos Atos dos Apóstolos e nas Cartas de São Paulo, o Santo Padre ressaltou que toda a existência da Virgem Maria está caracterizada pela oração e pelo recolhimento "meditando cada acontecimento no silêncio de seu coração".
Na Praça de São Pedro e perante milhares de fiéis presentes, o Papa disse que "a presença de Maria com os apóstolos, na espera do Pentecostes, adquire um grande significado, já que compartilha com eles o mais precioso: a memória viva de Jesus na oração. Ela se encontra em oração com e na Igreja".
Bento XVI explicou logo que "venerar a Mãe de Jesus na Igreja significa aprender dela a ser comunidade que reza. Ela nos ensina a necessidade da oração e de que mantenhamos com seu Filho uma relação constante, íntima e cheia de amor, para poder anunciar com valentia a todos os homens que ele é o Salvador do mundo".
Em sua catequese em italiano, o Papa recordou que "com Maria inicia a vida terrena de Jesus, e com ela começam também os primeiros passos da Igreja. (…) Ela seguiu com discrição todo o caminho do seu Filho durante a vida pública até os pés da cruz, e agora acompanha, com uma oração silenciosa, o caminho da Igreja".
As etapas do itinerário de Maria desde a casa de Nazaré até o cenáculo de Jerusalém "estão marcadas pela capacidade de manter um perseverante clima de recolhimento para meditar todos os acontecimentos no silêncio de seu coração, na presença de Deus. A presença da Mãe de Deus com os onze, depois da Ascensão, (…) assume um valioso significado, porque com eles a Virgem compartilha o mais precioso: a memória viva de Jesus na oração".
Depois da Ascensão de Jesus ao céu, os apóstolos se reúnem com Maria para esperar junto a ela o dom do Espírito Santo, sem o qual não se pode testemunhar a Cristo.
"Ela, que já o recebeu para gerar ao Verbo encarnado, compartilha com toda a Igreja a espera do mesmo dom. (…) Se não há Igreja sem Pentecostes, tampouco há Pentecostes sem a Mãe de Jesus, porque ela viveu de modo único o que a Igreja experimenta cada dia sob a ação do Espírito Santo".
O Papa recordou que o Concílio Vaticano II sublinhou esta relação especial entre a Virgem e a Igreja na Constituição dogmática "Lumen gentium": "Vemos os apóstolos antes do dia de Pentecostes 'perseverantes com um só coração na oração, com as mulheres e Maria a mãe de Jesus'".
O Santo Padre recalcou logo que "o lugar privilegiado de Maria é a Igreja, na qual é reconhecida como (…) figura e excelentíssimo modelo de fé e caridade".
Ante a necessidade da oração, disse o Papa, muitas vezes nas pessoas "esta está ditada por situações de dificuldade, por problemas pessoais que levam a dirigir-se ao Senhor em busca de luz, conforto e ajuda".
"Maria convida a abrir as dimensões da oração, a dirigir-se a Deus não somente em momentos de necessidade e não só pedindo por nós mesmos, mas também de modo unânime, assíduo, fiel, "com um só coração e uma só alma'".
Bento XVI assinalou também que "a Mãe de Jesus foi colocada pelo Senhor nos momentos decisivos da história da salvação, e soube responder sempre com plena disponibilidade, fruto de uma relação profunda com Deus amadurecida na oração assídua e intensa".
"Entre a Ascensão e Pentecostes, ela se encontra 'com' e ‘na’ Igreja, em oração. Mãe de Deus e Mãe da Igreja, Maria exerce sua maternidade até o final da história", concluiu o Santo Padre.