SÃO PAULO, 16 de mar de 2012 às 09:52
Continuando sua luta pela vida do não-nascido, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo emérito de Guarulhos, convocou uma manifestação para pedir ao governo uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a verdade do aborto no Brasil.
“Os 82% ou 71% do povo brasileiro contra a liberação do aborto precisam saber toda a verdade e merecem respeito. Os Parlamentos brasileiros não podem mais se omitir! Não dá mais para esconder os financiamentos internacionais e interesses assassinos e escusos por trás da campanha a favor do aborto”, ressaltou o bispo em seu comunicado.
“Precisamos de "comissões da verdade" para dar vida às pessoas e não morte. O Senado e a Câmara Federal podem criar CPIs. As Assembleias Legislativas estaduais e as Câmaras Municipais também podem criar CPIs para investigar entidades abortistas sediadas em seus estados e municípios”, afirmou também o prelado em sua carta de pedido para a instauração da CPI.
Segundo o bispo há várias justificativas para iniciar a CPI do aborto e mostrar a verdadeira face oculta da cultura da morte, da campanha pelo aborto livre.
A primeira destacada pelo prelado é que os abortistas criaram o mito do “maternicídio” em abortos clandestinos usando números mentirosos para assustar o povo, enganar os parlamentares e tentar legalizar o aborto.
“Já falaram em três milhões, um milhão e, agora, falam em 200 mil mortes maternas por ano. Por esses números teríamos um “maternicídio”. Os abortistas usam o número de curetagens em ABORTOS ESPONTÂNEOS realizados pelo SUS (cerca de 180 mil/ano) para dizer que são abortos clandestinos ou mortes maternas de mulheres negras ou pobres”.
O Ministério da Saúde informou que no primeiro semestre de 2011, foram 705 mortes maternas. Se o número for repetido no segundo semestre, serão 1.410 mortes materna no ano. Infinitamente menor que 200 mil, um milhão, três milhões! Um genocídio de bebês não salvará a vida de nenhuma gestante. Precisamos dar condições alimentares e de saúde para salvar a vida dessas 1.410 gestantes.
“As mortes maternas acontecem por falta de saúde pública adequada. Em BH, 95,5% das mortes maternas foram causadas por falha no atendimento de saúde, em 2010”, afirmou Dom Bergonzini, ressaltando que a verdade do problema da mortalidade materna no Brasil é a falta de saúde pública.
Outro ponto que justificaria uma CPI sobre o aborto é o argumento dos abortistas que as mulheres ricas, de todas as cores de peles, têm dinheiro para pagar seus abortos enquanto as mulheres pobres ou negras (usam a cor para vincular suas propostas ao racismo) “morrem porque não têm dinheiro para pagar os abortos”.
A verdade é que “as propostas dos abortistas são todas no sentido de assassinar os filhos das mulheres pobres”, revelou o bispo.
Por outro lado, o bispo pede que se esclareça a verdade sobre os interesses econômicos de fundações estrangeiras como a Ford (segundo a denúncia feita recentemente pelo blogger católico Reinaldo de Azevedo) que destinam milhões de dólares ao negócio do aborto no Brasil.
“É preciso descobrir como (se legalmente) e quem envia, quem recebe e proibir esse tipo de atividade destinada à matança dos brasileiros. É preciso confiscar esse dinheiro e destiná-lo à saúde”, afirma Dom bergonzini.
Desbancando o argumento de que as mulheres podem alegar falta de saúde psicológica para levar adiante uma gravidez e assim abortar livremente (que é uma das propostas do anteprojeto de reforma do código penal que está ocorrendo em Brasilia) Dom Bergonzini ressalta que a “maternidade é um dom natural”. “O Estado tem obrigação de dar proteção à maternidade e dar assistência às gestantes desamparadas”, frisou.
Outro “mito” que o bispo quer esclarecer mediante a CPI é que nos casos de estupro as mulheres têm todo o direito de abortar, e fazê-lo com fundos do governo.
“Os governos e os parlamentos podem criar um subsídio financeiro para a mãe, até o nascimento do bebê, e simplificar a adoção, para reduzir o tempo de espera dos adotantes e evitar disputas judiciais entre a mãe adotiva e a mãe biológica”, propôs o prelado que no ano passado ganhou da Human Life International o prêmio Von Gallen pela sua luta pelo direito a nascer.
Outras situações que justificariam a CPI do aborto seria o caso dos anencéfalos, que como ser humano sim têm o direito a nascer e a verdade sobre a participação do Brasil pacto de San Jose da Costa Rica, que protege a vida do não nascido e tem caráter vinculante para o Brasil.
“Toda pessoa tem direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente. Nos termos do art. 44, da Convenção, se aprovada a liberação do aborto, os organismos de defesa da vida poderão denunciar o Governo Brasileiro junto a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, sediada em Washington, Estados Unidos da América”, acrescentou.
Outra séria razão alegada pelo prelado é que permitir o aumento dos números de mortes de bebês pelo aborto poderia qualificar esta ação como genocídio.
“A elaboração de leis que possibilitem o assassinato em massa de filhos de mulheres pobres tem a conotação de impedir nascimentos no seio desse grupo nacional (pobres), podendo levar a denúncias no Tribunal Penal Internacional”, recalca o bispo emérito de Guarulhos.
“A vida é uma dádiva de Deus. Precisamos acabar com a cultura da morte, para reduzir a violência e gerar a paz”, conclui Dom Bergonzini.
Para este fim, o bispo convocou “as crianças, os jovens, os adultos, os idosos, os cristãos, de todas as denominações, os não-cristãos, todos defensores da vida para, que no dia 21.03.2012, comparecerem na concentração, a partir das 11:00 horas, na escadaria da Catedral da Sé, em São Paulo, para, em seguida, a partir das 12:30 h, participarem da manifestação – CPI da verdade sobre o aborto, Já!, em frente ao forum João Mendes, na praça João Mendes, centro de São Paulo”.