Rio de Janeiro, 11 de abr de 2012 às 13:20
Atendendo ao pedido da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, convocou todos os fiéis cariocas a se unirem, na noite desta terça 10 de abril, em vigília de oração a favor da vida dos bebês com anencefalia. O bispo explicou (ante o argumento dos abortistas que afirmam que a defesa da vida é um assunto religioso) que defender a vida de todo ser humano é um valor universal, não respeitado por regimes como o nazismo.
“A Igreja Católica quando defende a vida não quer ganhar vantagem em nada. É apenas a preocupação com a vida, com a ética”, afirmou o prelado.
Segundo o arcebispo, apesar do pouco tempo de divulgação a adesão dos fiéis no Rio foi grande e expressiva. Dom Orani rezou a Hora Santa na mitra arquidiocesana com membros das novas comunidades: Shalom, Pequeno Rebanho e Canção Nova. O arcebispo da capital fluminense afirmou que a defesa da vida é um valor humano universal e um valor do Estado, que independe de crença religiosa e que apenas regimes totalitários excluem dos seres humanos esse direito.
Segundo Dom Tempesta, a diferença de postura entre um cristão e um não-cristão com relação a defesa da vida está apenas na oração. “É o momento de nós cristãos sabermos que defender a vida não é só para a religião, é um valor do Estado. E nós, como cidadãos, temos o direito de nos manifestar. Mas temos algo mais, temos a nossa fé”, acrescentou o bispo ressaltando a importância de “rezar em intenção da vida”.
Dom Orani lembrou ainda o tempo em que morou no norte do país e acompanhou diversos movimentos que defendem a vida dos animais e a natureza.
“Será que o homem que pensa no bem da tartaruga é o mesmo que pensa em matar o seu filho?”, indagou.
O arcebispo pediu também a todos a renovação da esperança mesmo que a decisão do Supremo Tribunal Federal seja contra a vida dos bebês anencéfalos.
“Seja lá o que acontecer na votação é sempre tempo de voltar ao entusiasmo inicial. A Páscoa é a volta a este entusiasmo com a experiência das rasteiras da vida. É importante voltarmos ao entusiasmo porque, com Ele ressuscitado, a pedra do sepulcro foi retirada e temos a certeza da vida”, concluiu.
Para o fundador da comunidade Pequeno Rebanho, Alexandre Bastos, estar unidos em oração com membros de outras comunidades é uma “expressão da missão de cada carisma da Igreja de levar vida e vida em abundância”. Em entrevista a ACI Digital Bastos destacou: “Como homens de fé nós acreditamos que Deus pode mover os corações e levar a votação para que a vida possa ter o verdadeiro valor”, disse.
O membro da Comissão Pastoral Juvenil Nacional da CNBB e missionário da comunidade Shalom, Diogo Rocha, também enfatizou à nossa agência a importância da oração para que o valor da vida seja preservado na votação de hoje.
“Este momento de oração é uma expressão daquilo que somos como cidadãos e cristãos. Não se desvincula a nossa fé daquilo que somos na sociedade. E sempre devemos nos unir como Igreja quando em algum momento a vida é ameaçada”, disse o missionário a ACI Digital.