BERLIM, 13 de abr de 2012 às 17:10
A imprensa Eber&Spiegel informou que deteve a impressão dos 25 milhões de livros do Corão pedidos pela organização salafista "A Verdadeira Religião" -de tendência radical-, para reparti-los gratuitamente na Alemanha; entretanto a imprensa reconheceu que já entregou boa parte do pedido.
A imprensa alemã informou que o grupo islâmico deseja repartir estes livros como parte de um projeto de propaganda político-religiosa para difundir o salafismo, uma escola fundamentalista sunita que busca impor a lei islâmica (Sharia) e que é responsável por numerosos ataques aos cristãos no Egito. Além disso, a esta corrente pertenceu Mohammed Merah, conhecido o assassino de Toulouse.
A campanha alertou as autoridades e líderes alemães, sobre tudo tendo em conta que atrás dela está Ibrahim Abou Nagie, considerado pelos serviços de inteligência como um perigoso pregador salafista.
Nesse sentido, todos os partidos alemães, menos o Partido Liberal, manifestaram-se contra a campanha.
Isto obrigou que a gráfica Eber&Spiegel detivesse a impressão. Entretanto, um porta-voz da editora disse ao jornal espanhol El Mundo que boa parte do pedido já havia sido entregue anteriormente, segundo os prazos contemplados no contrato.
"Trata-se de uma edição não comentada e recebemos o pedido em outubro. Depois disto estivemos trabalhando nela, mas, frente à onda de críticas ao projeto, preferimos paralisá-lo à espera de que um advogado consulte se esta impressão tem algum problema legal com o qual não tínhamos contado", indicou.
O Escritório de Amparo à Constituição na Alemanha assinalou que "o salafismo está fortemente radicalizado e promove entre seus seguidores um islã conservador que considera o único verdadeiro".