A nova resposta dos lefebvristas ao preâmbulo doutrinal proposto pela Igreja Católica para seu ingresso à plena comunhão  é "na verdade alentadora", afirmou ontem à tade o Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.

O sacerdote jesuíta disse que embora esta resposta distinta à anterior do mês de janeiro, ainda deve ser examinada pela Congregação para a Doutrina da Fé –que entregou o preâmbulo aos lefebvristas– e "naturalmente pelo Papa".

O Pr. Lombardi fez estas afirmações depois de um comunicado da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, encarregada do diálogo com a Fraternidade Sacerdotal São Pio X (que agrupa os lefebvristas), logo que esta organização enviou ao Vaticano sua resposta ao preâmbulo doutrinal.

Sobre o texto do comunicado, a Pontifícia Comissão assinala que "no 17 de abril de 2012 chegou o texto da resposta de sua excelência Dom Bernard Fellay, Superior General da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, que foi requerido no encontro de 16 de março de 2012 celebrado na sede da Congregação para a Doutrina da Fé. Este texto será examinado pelo Dicastério e, seguidamente, submetido ao julgamento do Santo Padre".

Segundo informa a Rádio Vaticano, o Pe. Lombardi disse que "esta resposta, segundo o testemunho de quem já pôde vê-la, é muito diferente da anterior e isso é alentador. Deu-se um passo adiante. Mas, naturalmente, também há nesta resposta a proposta de algumas precisões ou integrações ao texto do preâmbulo doutrinal que foi proposto pela Congregação para chegar a um acordo doutrinal".

Esta resposta, disse o porta-voz vaticano, "vai a ser discutida, vai ser examinada antes de mais nada pela Congregação para a Doutrina da Fé (da que depende a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei) em uma das reuniões das próximas semanas e logo vai a ser examinada, naturalmente, pelo Papa".

Finalmente o sacerdote disse que "pode-se afirmar que foram dados passos adiante, quer dizer, a nova resposta é na verdade alentadora, embora haja alguns aprofundamentos que deve ser feitos e algumas decisões que devem ser tomadas nas próximas semanas".

"Acredito –concluiu– que não teremos que esperar muito porque existe o desejo de chegar à conclusão nestas conversas e contatos" entre o Vaticano e os lefebvristas.

Se finalmente se chegar a um acordo, a Fraternidade poderia adquirir o status de Prelatura Pessoal. Esta figura não considera limites geográficos e está desenhada para iniciativas pastorais particulares. Atualmente a única que existe é o Opus Dei.

Em janeiro deste ano a resposta entregue pelos lefebvristas ao Vaticano foi considerada "insuficiente" e se solicitou à Fraternidade que esclarecesse suas posições para meados de abril, que foi o que acabam de fazer.

A Fraternidade gerou uma tensa relação com o Vaticano desde que seu fundador, o Arcebispo francês Marcel Lefebvre, ordenou quatro bispos sem o mandato do Papa em 1988. Lefebvre fundou a Fraternidade em 1970 como resposta ao que descreveu como erros na Igreja Católica à raiz do Concílio Vaticano II.

No ano 2009 o Papa Bento XVI levantou a excomunhão que pesava sobre os quatro bispos ordenados por Lefebvre e estabeleceu a abertura dos diálogos atuais para o ingresso à plena comunhão da Igreja dos lefebvristas.

Nessa oportunidade, o Santo Padre disse que para que isto aconteça, os membros da Fraternidade devem reconhecer plenamente o Magistério e a autoridade dos Papas a partir de João XXIII assim como todo o ensinamento do Concílio Vaticano II.

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