Vaticano, 29 de abr de 2012 às 15:28
Em seu discurso prévio à oração do Regina Caeli, e com motivo da Jornada Mundial de Oração pela Vocações celebrada em toda a Igreja neste domingo, o Papa Bento XVI animou os fiéis do mundo inteiro a não terem medo de responder ao chamado de Deus porque é na Igreja onde se descobre que a vida de cada homem uma história de amor.
Diante dos milhares de peregrinos que encheram a Praça de São Pedro, Bento XVI recordou que os jovens que acabava de ordenar sacerdotes na Basílica Vaticana “não são diferentes dos outros jovens, mas foram tocados profundamente pela beleza do amor de Deus, e não puderam fazer outra coisa se não responder com toda vida”.
“Como encontraram o amor de Deus? Encontraram-no em Jesus Cristo: no Seu Evangelho, na Eucaristia e na comunhão da Igreja”, disse o Papa.
O Papa assinalou que esta realidade é mostrada claramente na Sagrada Escritura e na vida dos Santos.
“Exemplar é a expressão de Santo Agostinho, que na sua Confissão se volta a Deus e diz: “Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora! Estavas comigo, mas eu não estava contigo... Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez” (X, 27.38)”.
O Santo Padre também pediu orações pela Igreja e por todas as comunidades locais para que sejam “como um jardim irrigado no qual possam germinar e amadurecer todas as sementes de vocação que Deus espalha em abundância. Oremos para que em todo lado seja cultivado este jardim, na alegria de sentirem-se todos chamados, na variedade dos dons”.
Bento XVI também pediu que as famílias, de forma especial, sejam “o primeiro ambiente no qual se “respira” o amor de Deus, que dá a força interior também em meio às dificuldades e as provações da vida. Quem vive em família a experiência do amor de Deus, recebe um dom inestimável, que dá fruto em seu tempo”.
“De fato, o Senhor chama sempre, mas muitas vezes nós não escutamos. Estamos distraídos com tantas coisas, às vezes vozes mais superficiais; e depois temos medo de escutar a voz do Senhor, porque pensamos que pode tirar nossa liberdade”.
O Santo Padre sublinhou que “cada um de nós é fruto do amor: certamente, o amor dos pais, mas, mais profundamente, o amor de Deus”.
“Diz a Bíblia: mesmo que tua mãe não te quisesse, eu te quero, porque te conheço e te amo (Is 49,15). No momento em que me dou conta disso, a minha vida muda: torna-se uma resposta a esse amor, maior que qualquer outro, e assim se realiza plenamente minha liberdade", acrescentou.
Ao recordar os nove presbíteros ordenados na Basílica de São Pedro, horas antes, o Papa pediu aos fiéis unir-se “espiritualmente em torno desses novos sacerdotes e oremos para que acolham plenamente a graça deste Sacramento a ser cumprido conforme Jesus Cristo Sacerdote e Pastor”.
“E oremos para que todos os jovens sejam atentos à voz de Deus que interiormente fala em seus corações e os chamam a desligar-se de tudo e servir Ele”, pediu também Bento XVI.
Ao finalizar a reza Mariano, o Papa dedicou uma saudação especial aos peregrinos de língua espanhola, e animou a pedir a Cristo, o Bom Pastor, que dá a vida pelas ovelhas, que “conceda a sua Igreja abundantes vocações sacerdotais, religiosas e missionárias, que ajudem a seus irmãos a acolher sua mensagem de salvação”.
Entre os milhares de fiéis também se encontravam os participantes do encontro europeu de estudantes universitários organizado pela Diocese de Roma com ocasião do primeiro aniversário da Beatificação do Papa João Paulo II, a quem Bento XVI prometeu unir-se em oração para a Vigília que a ser realizada em Tor Vergata, ante a grande Cruz da Jornada Mundial da Juventude do ano 2000.