Após permanecer 27 dias encarcerado, José Daniel Ferrer, coordenador nacional da União Patriótica de Cuba (UNPACU) foi libertado neste domingo, 29 de abril. Ferrer, porém, indicou que poderia ser condenado novamente à prisão se não suspender as ações deste movimento dissidente, tal como exigiu o Governo comunista.
    
Em diálogo com a imprensa estrangeira, Ferrer disse que foi libertado por uma mudança de medida, passou da prisão provisória à liberdade imediata à espera de julgamento em sua casa.

Ele indicou que o Governo de Raúl Castro o acusa de "instigar, organizar e financiar ações que eles consideram delito de desordens públicos", e que "se eu suspender as ações do grupo (UNPACU), eles podem suspender o julgamento, do contrário acelerariam o processo e me levariam a prisão".

"Minha resposta é que José Daniel Ferrer continuará lutando como o fez até agora com os mesmos métodos e aqueles que consideramos válidos para alcançar a liberdade de Cuba, o respeito aos direitos humanos e a instauração de um verdadeiro estado de direito", afirmou.

Por sua parte, Luis Enrique Ferrer García, irmão do coordenador da UNPACU, advertiu que o líder dissidente "em qualquer momento podeeia ser levado novamente à prisão por um suposto delito de desordem pública".

José Daniel Ferrer foi libertado no ano passado sob "licença extra penitenciária". Assim indicou seu irmão em um vídeo da Fundação pelos Direitos humanos em Cuba. Luis E. Ferrer acrescentou que com esta nova acusação, o Governo poderia aumentar à sentença uma nova condenação aos 16 anos de cadeia que Ferrer ainda teria que cumprir.

"Segundo a ameaça da polícia política –Segurança do Estado da ditadura cubana-, ele passaria o resto dos seus dias na prisão", assinalou seu irmão, representante da UNPACU no exílio.
 

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