WASHINGTON DC, 8 de mai de 2012 às 13:28
A Universidade católica de Georgetown (Estados Unidos) dirigida pelos
sacerdotes jesuítas convidou a Secretária de Saúde e Serviços Humanos,
Kathleen Sebelius, ministra que se declara católica e promoveu por
muitos anos o aborto no país, para dar uma conferência a seus alunos
recém graduados.
No último dia 4 de maio, a Georgetown University anunciou que a secretária vai dar um discurso ao Instituto de Política Pública da universidade numa cerimônia no dia 18 de maio.
Sebelius é a principal promotora do mandato abortista do presidente Barack Obama, que vai obrigar, a partir de agosto de 2013, que as instituições católicas comprem obrigatoriamente planos de saúde para seus empregados que cubram a anticoncepção, a esterilização e pílulas abortivas.
Como governadora do estado de Kansas, Sebelius também defendeu o seu amigo e abortista George Tiller, que se especializava em abortos de bebês com mais de seis meses e que se vangloriava de “ser o melhor a praticar abortos em gravidezes com mais de 24 semanas”, colocouo médico no seu site.
Tiller além disso, contribuiu com mais de 200 mil dólares à campanha eleitoral de Sebelius, que em 2008 recebeu a explícita proição de comungar na missa, por parte do Arcebispo de Kansas, Dom Joseph F. Naumann, devido ao apoio público da então candidata ao aborto.
Sobre este convite feito a Sebelius, o presidente da Cardeal Newman Society, Patrick J. Reilly, assinalou que "A Georgetown insulta os norte-americanos com esta honra" concedida à secretária.
Em uma carta enviada ao presidente da universidade, John DeGioia, Reilly afirma que "é escandaloso e revoltante" que a mais antiga universidade católica e jesuíta faça esse convite de honra a uma católica que apoia o aborto e que teve um papel tão importante no mandato abortista que ameaça a existência das instituições católicas.
Georgetown assinala que Sebelius "Fez um grande esforço para melhorar a saúde nos Estados Unidos e deu serviços humanos a algumas das populações mais vulneráveis da nação". Também descreve as mudanças feitas na sua gestão e que permitem que "34 milhões de pessoas sem plano tenham hoje um plano de saúde".
Para o Reitor DeGioia, os palestrantes, entre os quais se encontra Sebelius, "inspirarão os nossos estudantes a que vejam mais claramente o impacto que podem gerar no mundo".
Consultado sobre as muitas queixas recebidas contra a participação de Sebelius, entre as quais se encontram as de Reilly e outros, um porta-voz da Georgetwon University disse ao Grupo ACI que a cerimônia da ministra "é um evento durante a chamada semana de abertura, e não uma cerimônia de abertura".
"Não temos um palestrante principal para o commencement (abertura)", acrescentou.
A commencement ceremony é a cerimônia de graduação universitária na qual os alunos estão vestidos com as tradicionais becas. O centro é o discurso conhecido como o commencement address que costuma ser oferecido por alguma personalidade destacada ou de um político, e em alguns casos pelo próprio presidente dos EUA, como ocorreu no ano 2009 na Universidade católica de Notre Dame.
Naquela ocasião, um grupo de católicos protestou pela presença de Barack Obama nessa casa de estudos. O grupo já falou que também vai fazer um protesto pela presença de Sebelius em Georgetown.
Além disso, a Cardeal Newman Society pede que mais pessoas exijam ao presidente DeGioia que retire o convite a Sebelius.
A carta assinala que a eleição de Sebelius "é especialmente um insulto aos fiéis católicos e aos bispos, que estão empenhados em uma luta pela liberdade religiosa e contra o aborto". Ressalta também o contraste "entre a Georgetown University e aquelas universidades católicas que defendem sua fé e sua liberdade".
O anúncio da Georgetown foi feito um dia antes que o Papa Bento XVI se dirigisse a um grupo de bispos dos Estados Unidos, lembrando-lhes a necessidade de que as universidades católicas se mantenham fiéis aos ensinamentos da Igreja.