VATICANO, 12 de mai de 2012 às 12:06
O Presidente da Pontifícia Academia para a Vida (PAV), Dom Ignacio Carrasco de Paula, reafirmou seu compromisso pela defesa da vida e se desculpou por algumas cartas que foram consideradas como uma falta de respeito às preocupações éticas dos membros.
No dia 8 de maio o Bispo se referiu a uma carta de abril deste ano na qual se criticava a "alguns ativistas pró-vida" que se opuseram à realização de um congresso sobre células tronco no Vaticano. Sobre este assunto o prelado afirmou que a missiva "continha frases desafortunadas que, que mal entendidas, poderiam ter ofendido a sensibilidade de algumas pessoas".
Em uma circular enviada aos membros da PAV na terça-feira, o Bispo assegurou que essas palavras "não procuravam mostrar nenhuma falta de respeito e, certamente, tampouco àqueles com os quais viemos colaborando de perto durante anos em favor da vida humana e da sua defesa".
"O fulcro de nossa academia foi e sempre será, agora mais que nunca, o Evangelho da Vida", disse o Presidente da PAV aos membros do dicastério.
A mensagem de Dom Carrasco de Paula aparece 4 dias depois que um dos membros da PAV, o professor Josef Seifert, escrevesse uma carta pública criticando duramente um evento sobre a fertilização in vitro no Vaticano repudiando a organização do congresso sobre células tronco no qual se apresentaram cientistas que usam e promovem a utilização de embriões humanos. Segundo Seifert, alguns membros da PAV exigiam a renúncia dos diretores deste dicasterio vaticano.
A polêmica começou em fevereiro deste ano com o evento sobre a fertilização in vitro que trouxe palestrantes contrários à doutrina católica neste tema. Em abril, a PAV anunciou a realização do mencionado congresso sobre células tronco que finalmente foi cancelado.
Para explicar o cancelamento a PAV escreveu duas cartas com duas explicações distintas e nas quais criticava "alguns ativistas pró-vida".
No dia 10 de maio, dois dias após a carta do Bispo Carrasco, um importante membro da PAV explicou ao grupo ACI que o evento de fevereiro não foi organizado pelo dicastério e que ainda não está claro quem o fez, embora alguns afirmem que uma escola médica católica seria a responsável pelo polêmico evento.
"Todos os membros do conselho diretivo expressaram sua consternação" sobre o evento desse mês, acrescentou.
Depois de assinalar que convidar a apresentadores que "aberta e publicamente se opõem à Igreja e suas líderes foi uma loucura". "Em princípio não havia nada mau sobre a conferência" mas com isso surgiu "o grande problema é o do escândalo".
"Espero que tenhamos aprendido uma dura lição com isto!", exclamou.
Depois de alentar a uma melhor avaliação e administração, o membro da PAV recordou ao grupo ACI o trabalho do anterior presidente do dicastério, o Cardeal Elio Sgreccia. Ele disse que o Cardeal "teria chamado todos os apresentadores a Roma quatro meses antes do congresso. Cada um teria tido que apresentar sua exposição terminada, do modo em que esta seria difundida. Desse modo não haveria surpresas".
Do mesmo modo se referiu ao Cardeal Fiorenzo Angelini, predecessor do Cardeal Sgreccia, que "intervinha quando um orador dizia algo contrário à verdade moral e corrigia o orador e a audiência que o que se acabava de ser dito era contrário ao ensinamento católico".
"Como católicos temos que integrar- nos em uma sociedade ampla" e ao mesmo tempo "temos que chamar sempre os que estão envolvidos na investigação científica ou no governo para fazer tudo de acordo à visão moral da pessoa humana articulada e claramente ensinada pela Igreja", concluiu.