Odoardo Focherini um jornalista italiano pai de sete filhos e líder da Ação Católica que foi assassinado pelos nazistas aos 37 anos, depois de salvar numerosos judeus durante a Segunda guerra mundial. Este leigo foi declarado mártir no dia 10 de maio através de um decreto aprovado pelo Papa Bento XVI.

Focherini foi um ardoroso católico que desde muito jovem se opôs ao fascismo, inspirado pela encíclica "Non abbiamo bisogno (Não temos necessidade)" de Pio XI, conforme informa o site católico espanhol Religión em Libertad (ReL).

Aos 19 anos Focherini fundou os escoteiros católicos em Carpi, sua cidade natal, chegando a ser chefe do movimento escoteiro em sua diocese e um dos referentes em toda a Itália.

Aos 23 anos se casou com Maria Marchesi, com quem teve sete filhos e aos 27 foi presidente da Ação Católica na Itália, em uma época em que as associações fascistas competiam por captar os jovens.

O que o tornou mártir guarda relação com sua luta por salvar judeus da perseguição pelas leis raciais da época. Em 1943, com 36 anos, organizou uma rede para enviar à Suíça a mais de cem judeus, e conseguiu que eles escapassem do fascismo italiano.

Ao ano seguinte foi preso pelos nazistas em um hospital enquanto atendia um judeu doente. Transladaram-no ao campo de concentração de Hersbruck aonde as condições eram muito difíceis. Nesse lugar uma ferida na perna que ninguém atendeu ocasionou uma septicemia que custou-lhe a vida em 1944, aos 37 anos.

Antes de morrer ditou a seu amigo a seguinte carta:

"Meus sete filhos... Quereria vê-los antes de morrer... Não obstante, aceita, oh, Senhor, também este sacrifício, e protege-os Tu, junto à minha mulher, os meus pais, e todos meus seres queridos. Declaro morrer na mais pura fé católica, apostólica, romana e na plena submissão à vontade de Deus, oferecendo minha vida em holocausto por minha diocese, pela Ação Católica, pelo Papa e pelo retorno da paz ao mundo. Peço que digam à minha esposa que sempre fui-lhe fiel, que sempre pensei nela e que sempre a amei intensamente".

Em sua memória, a União das Comunidades judias da Itália outorgou uma medalha de ouro em 1955 e o Instituto comemorativo dos mártires e dos heróis Yad Vashem de Jerusalém o proclamou Justo entre as Nações.

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