Um grupo de cientistas conseguiram em Haifa (Israel), extrair células da pele de dois homens com insuficiência cardíaca de 51 e 61 anos e transformá-las em músculo cardíaco.

O estudo foi divulgado na quarta-feira pela revista "European Heart Journal". A equipe de cientistas indicou que os ensaios clínicos sobre a técnica poderiam começar dentro de 10 anos.

Lior Gepstein, do "Instituto de Tecnologia Technion-Israel e autor da investigação, disse que demonstrou –se "que épossível tomar células cutâneas de um paciente ancião com insuficiência cardíaca avançada e terminar obtendo no laboratório células que pulsam, saudáveis e jovens, equivalentes às suas células cardíacas logo que nasceram".

Conforme informou a matéria citada, os cientistas estudaram por mais de dez anos as células-mãe de várias fontes para capitalizar sua capacidade de transformar-se em uma ampla variedade de outros tipos celulares e tratar assim várias doenças.

Há duas formas centrais de células mãe, as embrionárias que implicam a morte de embriões humanos e as adultas ou pluripotentes induzidas (conhecidas como iPS), que costumam provir da pele ou do sangue e não comportam problemas éticos.

Em declarações ao grupo ACI, o especialista em genética médica, Yasser Sullcahuamán, privilegiou o uso de células mãe adultas precisamente por não gerarem um conflito ético.

"Muitos trabalhos são feitos para evitar este problema ético onde um indivíduo (ou embrião) passa a ser um meio e não um fim", assinalou o médico e indicou que a dignidade dos embriões está protegida não só "pela Igreja, mas também por nós como seres humanos, trata-se do respeito ao indivíduo como parte e fim supremo da sociedade".

Sullcahuamán, que trabalha no Instituto Nacional de Enfermidades Neoplásicas (INEN) do Peru, afirmou que a vida começa no momento da fecundação. "Portanto não poderíamos manipular as células mães de origem embrionária", assinalou.

O cientista disse também que "é possível manipular outro grupo de células que são igualmente prometedoras às células mãe que se originam em tecidos adultos, onde não haveria nenhum enfrentamento ético de nenhum tipo porque são células que nós vamos diferenciar e com as quais poderíamos curar muitas doenças, como a diabete, os enfartes de miocárdio ou os acidentes vasculares cerebrais (AVC)".

Este não é o primeiro avanço científico com células tronco adultas. Em abril de 2007 uma equipe de cientistas liderados por Sir Magdi Yacoub conseuguiu em Londres gerar uma malha que funciona como uma válvula cardíaca em base a células tronco adultas.

Do mesmo modo, em março de 2009 foi anunciado que a menina Dakota Clarke, de dois anos de idade, recuperou a vista graças a um tratamento com células mãe adultas do cordão umbilical. Tratamento que se realizou em um hospital de Qingdao, China.

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