VATICANO, 28 de jun de 2012 às 09:46
Uma carta atribuída ao secretário geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, Christian Thouvenot, informa que este grupo teria rechaçado a proposta que a Santa Sé lhes fez recentemente para obter sua reconciliação com a Igreja.
A cópia da carta tem data de 25 de junho e foi difundida por um site que segue de perto este tema. O texto em francês informa aos líderes da sociedade que o seu superior geral, Bernard Fellay, acha a oferta do Vaticano "claramente inaceitável".
Depois de anos de negociações, a sociedade –que tinha quebrado relacões com o Vaticano em 1988-, esteve considerando uma oferta da Santa Sé que a traria de volta à Igreja como uma Prelatura Pessoal, uma figura eclesiástica que funciona como uma jurisdição sem limites geográficos.
À sociedade foi pedido que manifestasse seu acordo com certos posicionamentos doutrinais especificados pela Santa Sé, incluindo a plena aceitação do Concílio Vaticano II.
No último 26 de junho, o Papa nomeou Dom Joseph Augustine Di Noia, Arcebispo de Oregon (Estados Unidos), como Vice-presidente da Pontifícia Comissão "Ecclesia Dei", responsável por dirigir as conversações conciliadoras com a Fraternidade.
Três anos de negociações tinham tido como resultado um "preâmbulo doutrinal" por parte do Vaticano cujo objetivo era preparar o caminho para superar os desacordos doutrinais entre Roma e a Sociedade.
A carta de Thouvenot assinala que Fellay teria respondido à proposta em abril com uma versão diferente do preâmbulo que teria "parecido satisfazer o Supremo Pontífice", segundo "várias" fontes.
Segundo a carta, o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal William J. Levada, apresentou a proposta de Fellay no dia 13 de junho, mas foi "modificada" de tal maneira que o líder da Fraternidade "imediatamente informou que não podia assinar este novo documento".
Thouvenot sustenta que a Sociedade de São Pio X discutirá este tema em sua próxima reunião geral.
Ele acrescentou que Richard Williamson - o prelado que causou grande polêmica anos atrás quando negou as atrocidades do holocausto judeu – não comparecerá à reunião "devido aos seus contínuos e repetidos chamados à rebelião e à desobediência".