ROMA, 10 de mar de 2005 às 12:25
“Não é culpada de nenhum crime, exceto o haver-se convertido em uma carga para seu marido e para a sociedade egoísta”. Assim começa a declaração emitida pela Federação Mundial de Associações Médicas Católicas, em que faz um firme chamado para salvar a vida de Terri Schindler-Schiavo, a quem um juiz da Flórida condenou a morrer de inanição e desidratação em 18 de março.
“A base legal desta decisão desumana –continuam os médicos católicos– se centra no ‘suposto’ desejo de Terri de não ser alimentada ‘artificialmente’. Entretanto, seus pais e irmãos afirmam que esse não é seu desejo e que, de fato, ela conhece os ensinamentos da Igreja Católica quanto à nutrição e hidratação assistidas”. Também afirmam que o marido e guardião legal de Terri “abusou de suas faculdades”. “Entretanto –indicam– o cerne do assunto é que se está decidindo sobre uma vida humana, sem tomar em conta sua dignidade”.
A Federação está muito preocupada com as possíveis “conseqüências que tal precedente poderia estabelecer no sistema legal dos Estados Unidos. De fato, se uma pessoa inocente pode ser condenada a morte, então qualquer pessoa cujo guardião qualifique sua vida como de ‘insuficiente qualidade’, estará em perigo de morrer com a retirada do cuidado básico e ordinário”.
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“A importância deste caso vai além da circunstância atual. Abre as portas à eutanásia legal nos Estados Unidos, inclusive sem a existência de legislação”, destaca.
Conscientes dos riscos que implica esta decisão, continua a missiva, os membros “invocam firmemente às autoridades dos Estados Unidos para que reajam imediata e efetivamente para salvar a vida de Terri e assim evitar conseqüências nefastas. Invocamos aos bispos americanos para que mobilizem todo recurso a seu alcance para impedir esta tragédia”.