Buenos Aires, 28 de jul de 2012 às 14:05
O Arcebispo Emérito de Corrientes (Argentina), Dom Domingo Castagna, afirmou que os ateus têm fome daquele Deus que negam, e por isso também formam parte dos prediletos da misericórdia divina. “Os mais afastados de Deus, pela prática e confissão de incredulidade ou por ateísmo aberto, são os prediletos de sua ação misericordiosa, por causa da necessidade que têm Dele”, assinalou o Prelado.Dom Castagna, que desde seu retiro escreve semanalmente propostas de homilia para os sacerdotes, disse que “o mais ferido dos filhos atrai a delicada atenção da mãe. A simples vista parece discriminatório o esmero materno em favor do doente ou ferido, mas, não é assim. Deus é um Bom Pai. A compaixão que manifesta Jesus expressa, com o gesto humano mais íntimo, o amor de Deus pelos homens, incapazes de amar por causa do pecado”. O Prelado, que abordou a passagem evangélica da multiplicação dos pães e peixes, afirmou também que a fome de transcendência que têm os homens inclui os ateus, que embora neguem a Deus ante os homens, no fundo clamam por Ele. “Até os ateus percebem sua necessidade de transcendência e clamam ocultamente pelo Deus que pretendem negar. Difícil encruzilhada, sobre tudo quando a morte aparece no horizonte como inevitável final da vida temporal”, afirmou. Sobre a multiplicação de pães e peixes, Dom Castagna assinalou que disse que mostra a compaixão que Cristo tem pela humanidade ao ver “tantos seres que vivem extraviados ‘como ovelhas sem Pastor’. Primordialmente a quem, por rebeldes e contumazes, insistem em não reconhecer a presença misericordiosa de Deus e se negam a voltar para Ele”.