VATICANO, 29 de jul de 2012 às 16:32
Em suas palavras prévias à oração do Ângelus, o Papa Bento XVI pediu aos fiéis que redescubram a importância de saciar não só a fome material, mas também, a fome mais profunda que é a de Deus, da verdade e de amor através da participação na Eucaristia, sempre de maneira fiel e responsável.
Ao dirigir-se às centenas de peregrinos reunidos no pátio do Palácio de Castel Gandoldo, o Santo Padre explicou que “Jesus não é um rei da terra que exerce o domínio, mas um rei que serve”.
“Peçamos ao Senhor que nos faça redescobrir a importância de nos nutrir do corpo de Cristo, participando fielmente e com grande consciência da Eucaristia, para estarmos sempre mais intimamente unidos a Ele. Ao mesmo tempo, rezemos para que jamais falte a ninguém o pão necessário para uma vida digna e sejam abatidas as desigualdades não com as armas da violência, mas com a partilha e o amor”.
O Papa expressou que “a Eucaristia é o permanente grande encontro do homem com Deus, no qual o Senhor se faz alimento, dá a Si mesmo para nos transformar Nele”.
Ao explicar o milagre dos pães, o Santo Padre assinalou que “Jesus não nos pede aquilo que não temos, mas nos faz ver que se cada um oferece aquele pouco que tem, o milagre pode sempre acontecer: Deus é capaz de multiplicar o nosso pequeno gesto de amor e nos tornar participantes do seu dom.”
O Papa explicou, ao comentar o Evangelho do dia, que, logo após a cena da multiplicação dos pães, Jesus explica na sinagoga de Cafarnaum que Ele é “o ‘pão’ que dá a vida”.
“As ações realizadas por Jesus estão paralelas àquelas da Última Ceia: “Jesus tomou os pães e rendeu graças. Em seguida, distribui-os às pessoas que estavam sentadas” – assim diz o Evangelho (Jo 6,11).
A insistência sobre o tema do “pão” que é partilhado e o render graças (v.11, em grego eucharistesas) evocam a Eucaristia, o Sacrifício de Cristo para a salvação do mundo. O evangelista observa que a Páscoa, a festa, estava próxima. O olhar se orienta para a Cruz, o dom de amor, e para a Eucaristia, a perpetuação deste dom: Cristo se faz pão de vida para os homens”, completou o Pontífice.
Bento XVI citou Santo Agostinho e afirmou que “para que o homem pudesse comer o pão dos anjos, o Senhor dos anjos se fez homem. Se Ele não se fizesse homem não teríamos seu corpo; não tendo o corpo propriamente dele, não comeríamos o pão do altar”.
Por isso, o Santo Padre assinalou que a Eucaristia “é o permanente grande encontro do homem com Deus, no qual o Senhor se faz alimento, dá a Si mesmo para nos transformar Nele”.
O Papa ressaltou que na cena da multiplicação, se destaca também a presença de um garoto que, diante da dificuldade de alimentar tanta gente, coloca em comum o pouco que tinha: cinco pães e dois peixes.
“O milagre não se realiza do nada, mas de uma primeira e modesta partilha daquilo que um simples garoto tinha consigo. Jesus não nos pede aquilo que não temos, mas nos faz ver que se cada um oferece aquele pouco que tem, o milagre pode sempre acontecer: Deus é capaz de multiplicar o nosso pequeno gesto de amor e nos tornar participantes do seu dom”, sublinhou o Papa.
Bento XVI assinalou que “a multidão ficou impressionada com o prodígio: vê em Jesus o novo Moisés, digno de poder e, no novo maná, o futuro assegurado, fica parada no elemento material que comeram e o Senhor, “sabendo que queriam arrebatá-lo e fazê-lo rei, tornou a retirar-se sozinho para o monte”.
“Jesus não é um rei da terra que exerce o domínio, mas um rei que serve, que se curva até o homem para saciar não só a fome material, mas, sobretudo, a fome de algo profundo, a fome de orientação, de sentido, de verdade, a fome de Deus”, disse.
“Queridos irmãos e irmãs, peçamos ao Senhor que nos faça redescobrir a importância de nos nutrir do corpo de Cristo, participando fielmente e com grande consciência da Eucaristia, para estarmos sempre mais intimamente unidos a Ele. Ao mesmo tempo, rezemos para que jamais falte a ninguém o pão necessário para uma vida digna e sejam abatidas as desigualdades não com as armas da violência, mas com a compartilha e o amor”, compartilhou o Santo Padre.