TEERÃ, 11 de set de 2012 às 10:30
O pastor cristão Yousef Nadarkhani foi absolvido da acusação de apostasia e por consequência da condenação a pena de morte. Foi posto em liberdade e já está em casa com sua família no Irã. Enquanto estava na prisão, não aceitou rejeitar sua fé como lhe exigiam as autoridades.
Conforme assinala a agência vaticana Fides, o Tribunal Supremo do Irã declarou a Yousef culpado de "evangelizar a muçulmanos" por isso recebeu a condenação a três anos de prisão, ele foi liberado após cumprir a pena.
"Estamos felizes pelo êxito da história do Pastor. A campanha de pressão internacional que acompanhou o caso foi muito importante", disse Mahmood Amiry-Moghaddam, fundador e porta-voz da ONG Iran Human Rights.
"Com a mobilização, que chegou a 3 milhões de adesões nas redes sociais por exemplo, pudemos salvar ao Pastor Nadarkhani, mas há muitos outros casos que não têm a mesma visibilidade: por isso se corre o perigo da pena de morte por motivos de consciência", assinala.
"A pressão internacional deve continuar pedindo uma mudança na lei: a escolha da conversão religiosa é algo intimo que está no âmbito da consciência individual, e que não pode e não deve ser um delito", explica.
O Pastor Nadarkhani foi detido na sua cidade natal de Rasht em 2009, por ter reclamado ante as autoridades porque a escola aonde estudava seu filho o obrigava a ler o Corão e isso ia contra sua fé cristã. As autoridades não escutaram as suas reclamações e ainda o acusaram de apostasia, por isso foi finalmente enviado à prisão.
No ano 2010 foi preso por apostasia, uma decisão confirmada pelo Tribunal Supremo em 2011.
Segundo outra ONG Christian Solidarity Worldwide (CSW), "não podemos esquecer às centenas de pessoas que são perseguidas ou detidas injustamente por causa da sua fé no Irã", por isso é necessário continuar a campanha pela liberdade religiosa no país.
Outros dois casos
No Irã há outros dois pastores cristãos que foram presos de forma parecida a Nadarkhani. Em declarações ao grupo ACI no dia 6 de agosto, Jordan Sekulow, presidente do American Center for Law and Justice (ACLJ), explicou que os pastores Farshid Fathi e Behnam Irani foram "o alvo do governo" muçulmano e "estão sendo castigados pelas suas crenças cristãs".
Sobre ambos, o ACLJ explicou que o governo iraniano tenta confundir à opinião pública internacional alegando que estão na prisão por "ofensas políticas" quando em realidade o único que fizeram foi praticar pacificamente sua fé.
"Fathi foi detido somente por sua fé cristã", explica a organização e denúncia que as autoridades iranianas qualificam o anúncio do cristianismo como "ações contrárias à segurança nacional" e o acusaram também de possuir "propaganda religiosa" incluindo Bíblias e literatura cristã.
Além disso, assinalaram, o Pastor Irani, também casado e pai de família, foi acusado "de ações graves contra o regime" e a sentença contra ele o qualifica como um apóstata, por este motivo ele "pode ser assassinado".
Irani, que está em uma prisão distinta a de Fathi, sofre de sangramentos devido a úlceras estomacais, e, além disso, recebeu diversas ameaças de morte por parte de outros detentos e autoridades da penitenciária onde está.