ROMA, 14 de set de 2012 às 10:09
Faz uns dias se apresentou em Roma o livro "Dom Jacinto Vera, o missionário santo", uma história novelada sobre o primeiro Bispo do Uruguai, que está cada vez mais perto de converter-se no primeiro beato do país sul-americano. Sua autora, a advogada e escritora Laura Inés Álvarez Goyoaga, revelou que investigar a vida do Servo de Deus lhe permitiu abraçar a fé católica.
Em uma entrevista concedida ao grupo ACI, a escritora confessou que não era católica e foi educada no anticlericalismo.
"Eu não era católica, venho de uma família não católica pelos dois lados, por via materna e paterna, e também bastante anticlerical. Mas, um dia, um pouco compulsivamente, fui a uma Missa onde me encontrei com um sacerdote exemplar, agora Dom Sanguinetti, Bispo de Canelones, que me mostrou um panorama totalmente diferente da fé, e dos preconceitos que eu trazia de uma sociedade tão secularizada como a nossa", recordou.
Álvarez Goyoaga adicionou que "a partir dali surgiu o convite a uma conferência, e disse a mim mesma: vou porque vai ser algo interessante; e me encontrei com este personagem, Dom Jacinto Vera, uma maravilha que realmente mudou minha vida e me fez crescer tremendamente junto com ele, o que é um processo de conversão na fé".
Dom Jacinto Vera, "foi um bispo gaúcho, filho de imigrantes espanhóis das Ilhas Canarias, cresceu no Uruguai sendo um camponês".
"Foi um uruguaio típico, também um sacerdote exemplar, e um homem de uma caridade extrema, impressionante".
Dom Jacinto Vera
O primeiro Bispo de Montevidéu, Dom Jacinto Vera, foi um incansável missionário que durante o século XIX percorreu todo o país em guerra para manter viva a tradição católica do seu povo e está cada vez mais perto de converter-se no primeiro beato uruguaio.
A Positio, o livro que relata a vida, escritos e testemunhos de quem deu testemunho de santidade, já está na Congregação para as Causas dos Santos, conforme se informou desde o Vaticano.
O livro "Dom Jacinto Vera. O missionário santo", de Laura Álvarez Goyoaga se converteu em um best-seller no Uruguai e aproximou a vida deste exemplar pastor a milhares de católicos e não crentes.
O Bispo de Canelones, Dom Alberto Sanguinetti, Vice Postulador da causa de Dom Vera, recorda no prólogo, como este personagem, por sua luta pela paz e pela fé, se converteu "na pessoa mais conhecida pessoalmente e mais querida em todo o Uruguai na segunda metade do século XIX".
O Secretário da Comissão Pontifícia para a América Latina, Dr. Guzmán Carriquiry, assinalou ao grupo ACI, que para a Igreja do país, seria uma graça imensa ver subir aos altares ao Prelado, já que até o momento, "seria o primeiro santo, e o primeiro beato do Uruguai".
"A personalidade, o homem, o uruguaio mais conhecido pelos outros uruguaios e mais querido pelos uruguaios, quem, no século XIX, dedicou-se a reavivar a fé da velha cristandade", adicionou.
Para a escritora, em um mundo onde o secularismo asfixia cada vez mais o católico ao âmbito privado, "Jacinto Vera traz de volta através da sua mensagem de compromisso tão grande com a fé e com a missão essa possibilidade que temos todos os uruguaios e a todos os católicos do mundo, o enfrentar-se às adversidades, à providência, e a partir dai, conseguir resultados de excelência contra todo prognóstico negativo".
"É uma história que eleva a gente, nos faz realmente viver de uma forma diferente a fé e a vida de cada dia, a vida cotidiana", concluiu.