ROMA, 19 de set de 2012 às 16:16
No dia 15 de setembro extremistas islâmicos da etnia pashtún balearam dois jovens cristãos no bairro de Essa Nagri, nos subúrbios do Karachi, Paquistão, enquanto exigiam o pagamento da "jizya", a quota imposta pela "sharia" (lei muçulmana) àqueles que não seguem o Islã.
Em Essa Nafri vivem pelo menos 50 mil cristãos sob constantes ameaça dos extremistas. Esse dia, extremistas a bordo de motocicletas assaltaram o povado exigindo aos residentes o pagamento deste imposto e desataram uma briga na qual assassinaram Nasir Masih, católico, e Rafi Masih, cristão protestante. Outros dois resultaram feridos.
Conforme informou o pároco católico da região, Pe. Víctor John, à agência vaticana Fides, para proteger os cristãos "decidiram construir um muro e fechar uma entrada a Essa Nagri, a qual se encontra do lado do bairro muçulmano, onde vivem os pashtun e os baluchis, que realizam os atentados".
Além disso, diante da situação de terror, a extrema pobreza e a carência de serviços básicos, os cristãos organizaram um serviço de segurança interno, para tentar proteger-se, "agora Essa Nagri é um gueto, com uma única porta de acesso", assinalou o Pe. Víctor.
"Pedimos à polícia que proteja a população de Essa Nagri, que há meses é vítima de abusos", e "pedimos aos cristãos que não atuem com vingança, que sejam pacíficos, mesmo nos protestos legítimos", exortou o sacerdote.
No dia 17 de setembro, o sacerdote compareceu aos funerais dos dois homens assassinados e denunciou que a situação dos cristãos é insustentável, enquanto que a polícia não faz nada para freiar a violência.
Para evitar novos distúrbios ou provocações, os defuntos não serão enterrados no cemitério "já que a situação é muito tensa, também devido às recentes protestas muçulmanas contra o filme 'A inocência dos muçulmanos'", e ambos os corpos serão enterrados na "Awama Church" ("Igreja de Todos"), uma igreja cristã multiconfessional.
Este foi o terceiro ataque perpetrado em duas semanas dentro deste subúrbio cristão, alvo de grupos extremistas que atuam sem que a polícia os detenha, e onde já perderam a vida quatro pessoas.