Roma, 24 de set de 2012 às 12:43
O artista Oliviero Rainaldi, apresentou o novo rosto que exibirá a polêmica escultura dedicada ao Beato João Paulo II, localizada na estação Termini de Roma, inaugurada em maio de 2011 durante a beatificação do falecido Pontífice, recebendo numerosas críticas.
No dia 13 de setembro, o artista e o Superintendente dos Bens Culturais de Roma Capital, Umberto Broccoli, explicaram que desde o início, houve uma má execução do material, e devido a outros erros técnicos, a escultura rachou no pescoço, perdendo sua ligeireza e significado.
A obra foi inaugurada no dia 18 de maio de 2011, coincidindo com a data do nascimento do Papa, e consiste em uma estátua de bronze de mais de quatro toneladas e cinco metros de altura, e recebeu duras críticas por sua falta de expressividade e ausência de semelhança com o rosto de Karol Wojtyla.
Em entrevista com o grupo ACI, o Superintendente explicou que apesar das brincadeiras, ao longo destes meses, numerosas pessoas se aproximaram para acender velas perto da estátua e orar junto ao monumento.
"Jamis se julga uma obra de arte contemporânea. A espiritualidade popular tinha já aceito a obra, porque aqui fora, na calçada da estação, de noite, havia círios, velas, poesias, retratos dedicados à lembrança de João Paulo II, e isto porque, por dizê-lo em grego, é um ‘sema’, um sinal, um signo, um símbolo da cidade de Roma, e da cidade do Papa, da qual era bispo", disse.
Os interessados, apoiando-se em um esboço, explicaram que a cabeça foi trocada por uma maior, com o solideo mais marcado e o olhar mais humano. Também houve uma intervenção na pátina, que tinha iniciado a deteriorar-se, e o corpo foi elevado, levando um retoque na túnica, evocando a famosa fotografia do João Paulo II acolhendo duas crianças com seu manto.
"É a acolhida de Roma a todo mundo, a acolhida do Papa a todo mundo, o Papa é o Bispo de Roma, e portanto, é um laço que une a todos os presentes", adicionou Umberto Broccoli.
Por sua parte, o artista Rainaldi, que estudou sobre João Paulo II lendo seus escritos, assinalou ao grupo ACI, que inicialmente, queria transmitir a síntese espiritualidade e humanidade de João Paulo II, porque para ele, era uma pessoa "que era feita de acolhida e sacrifício".
"Isto eu expresso através de um corpo etéreo, não de um corpo físico, através do vento, que é o espírito que enche o interior, e o faz converter-se esvaziando-se na gênese".
A escultura, ainda não está aberta ao público. Será preciso esperar até outubro para conhecer a opinião dos turistas e cidadãos de Roma.